As despesas estão a aumentar e as reservas a esgotam-se rapidamente, diz a Comissão Europeia, que pediu aos Estados-membros que ajudem a reforçar o orçamento da União Eurpopeia (UE).
O valor do orçamento comunitário para 2021-2027 é de 1,8 biliões de euros, incluindo os 750 mil milhões de euros destinados a mitigar os efeitos da pandemia, mas há fatores que estão a esvaziar os cofres mais rapidamente.
Entre eles estão as taxas de juro mais altas referentes a empréstimos bancários obtidos pela UE para lidar com a pandemia, bem como o apoio à Ucrânia, a nível militar e civil.
"A minha mensagem para os primeiros-ministros e os ministros das Finanças foi clara: se queremos ser um ator político e económico sério a nível global, precisamos de mais recursos", disse Johannes Hahn, comissário europeu para o Orçamento, terça-feira, em conferência de imprensa, em Bruxelas.
Só para a ajuda à Ucrânia serão necessários mais 50 mil milhões de euros, para equilibrar o orçamento do país devastado pela guerra e dar início aos esforços de reconstrução.
Uma injeção adicional de 15 mil milhões de euros destina-se às políticas de migração e asilo, incluindo ajuda aos países de África e do Médio Oriente, de onde partem muitos dos que querem chegar à UE.
Outro reforço de dez mil milhões de euros é necessário para a competitividade da economia europeia.
Parlmento Europeu preparado para a negociação
Mas o pedido já está a ser confrontado com forte oposição de Estados-membros, tais como a Alemanha e os Paises Baixos, que não estão dispostos a fazer reforços, o que é criticado pelo Parlamento Europeu.
"Isto é uma negociação. Precisamos de dinheiro fresco porque há novas iniciativas. É o nosso desafio e precisamos de negociar", disse Margarida Marques, eurodeputada portuguesa do centro-esquerda, que trabalhou na elaboração do orçamento.
O executivo comunitário quer chegar acordo até novembro e o tema será analisado na cimeira da UE, em Bruxelas, a 29 e 30 de junho, mas será de difícil consenso.