Declarações do secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, sobre o impasse na guerra na Ucrânia geraram um debate entre analistas sobre se estará em curso a discussão sobre rever o apoio ocidental.
Jens Stoltenberg realçou que a Ucrânia já recuperou metade do território que a Rússia tinha ocupado, desde fevereiro de 2022, em declarações antes de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, terça-feira, em Bruxelas.
Mas, apesar de todas as garantias oficiais de apoio contínuo à Ucrânia, haverá membros da NATO desiludidos com o resultado da contra-ofensiva da Ucrânia e outros líderes estão a focar a atenção na guerra Israel-Hamas.
Alguns analistas consideram ser plausível que aumentem os esforços para convencer a Ucrânia a iniciar negociações com a Rússia.
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, e o da Ucrânia, Dmytro Kuleba, negaram esse cenário, depois da sua reunião bilateral.
"Não vejo nenhum sinal de que os membros sintam o que chamam de fadiga. Todos estão preocupados, todos reconhecem o sucesso dos ucranianos. Tenho a certeza que os Estados-membros continuarão a apoiar a Ucrânia porque é uma questão existencial para nós. Não podemos nos dar ao luxo de ficar cansados", disse Borrell.
Por seu lado, o presidente russo, Vladimir Putin, também parece não ter pressa para iniciar negociações. Além disso, os analistas consideram que seria muito difícil para o presidente ucraniano aceitar perder soberania territorial, já que exige que as fronteiras sejam as anteriores às da anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014.
“Penso que alguns países europeus aceitariam a troca de terra pela paz. Isto é muito complicado, altamente político, altamente emocional. Mas o próprio Presidente Zelensky seria a pessoa que teria de tomar esta decisão. Mas, também, seria uma espécie de decisão traiçoeira", disse Judy Dempsey, analista da Carnegie Europe, à euronews.
Estados Unidos e União Europeia estão a tentar ultrapassar obstáculos logísticos e orçamentais para manter a ajuda militar à Ucrânia e mantêm a promessa de integrar o país na NATO após a guerra.