Os críticos da chamada "lei russa" dizem que o projeto de lei mina a democracia e pode inviabilizar as hipóteses do país aderir à União Europeia. Josep Borrell condenou recurso à violência para dispersar protestos.
Milhares de pessoas voltaram a sair às ruas da capital da Geórgia, Tbilisi, enquanto o Parlamento do país debatia pela segunda vez a polémica lei da "transparência da influência estrangeira".
O projeto de lei exige que os meios de comunicação se registem como organizações sob influência estrangeira se receberem mais de 20% de financiamento estrangeiro.
Os críticos dizem que o projeto de lei, que apelidaram de "lei russa", mina a democracia e pode inviabilizar as hipóteses do país aderir à União Europeia.
Nas redes sociais, o chefe da diplomacia da União Europeia condenou a violência das autoridades que procuraram dispersar a manifestação.
"Condeno veementemente a violência contra manifestantes na Geórgia que estavam a protestar pacificamente contra a lei sobre a influência estrangeira. A Geórgia é um país candidato à UE, pelo que apelo às suas autoridades para que garantam o direito de reunião pacífica, sendo inaceitável o uso da força para o reprimir", escreveu Josep Borrell numa publicação partilhada no X.
"Não queremos o regime soviético que os nossos pais sentiram na pele. Acho que todos deveriam estar nas ruas e dizer não à lei russa e sim à Europa", diz uma manifestante georgiana.
Os defensores do projeto de lei, proposto pelo partido de governo Sonho Georgiano, argumentam que garantir a transparência é crucial na luta para manter a soberania nacional.
Há semanas que têm sido convocados protestos contra a legislação na Geórgia, tal como em 2023, quando um projeto de lei quase idêntico teve de voltar à gaveta devido à contestação pública.
Embora a presidente georgiana Salomé Zourabichvili tenha dito que vetaria a lei se a mesma fosse aprovada pelo Parlamento, o partido no poder pode ultrapassar o veto se conseguir recolher 76 votos numa segunda votação.