À medida que as tensões no Médio Oriente continuam a aumentar, o Ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, garantiu aos cidadãos e aos militares que a Itália está preparada para responder ao agravamento da situação.
Num briefing parlamentar na terça-feira, o Ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, enfatizou o compromisso do governo em proteger os 4.000 italianos que vivem no Líbano e as suas tropas destacadas na região.
Tajani, referiu-se aos cidadãos italianos que ainda se encontram no Líbano: "Estamos prontos para qualquer eventualidade, caso a situação se deteriore", acrescentou, aconselhando a regressar "aqueles que puderem".
O discurso do Ministro dos Negócios Estrangeiros reflete o elevado estado de alerta da Itália face à escalada da crise. Os seus comentários surgem numa altura em que o país continua ativamente empenhado nos esforços para desanuviar a situação, uma vez que as tensões entre o Hezbollah e Israel aumentaram na sequência dos acontecimentos da semana passada.
Sob a presidência italiana, Tajani convocou uma reunião do G7 para abordar a crise, na qual o grupo de sete nações manifestou o seu apoio ao plano do Presidente dos EUA, Joe Biden, para um cessar-fogo em Gaza. Este consenso internacional evidencia um apelo unificado para que se ponha termo à violência e se concentre de novo a atenção no fim das hostilidades.
"Apelamos às partes envolvidas para que desistam de qualquer iniciativa que possa dificultar o caminho do diálogo e da moderação e favorecer uma nova escalada", pode ler-se na declaração final da reunião do G7, emitida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros italiano.
Emanuele Loperfido, membro da Comissão Parlamentar dos Negócios Estrangeiros do partido Fratelli d'Italia (FDI), descreveu o atual clima geopolítico como um clima de tensão sem precedentes.
A recente transferência de armas da Rússia para o Irão é um indicador da frente oposta aos interesses ocidentais. "Raramente assistimos a uma situação mais tensa", disse Loperfido, sublinhando que o compromisso do bloco ocidental com o Direito Internacional e a proteção das vítimas é crucial. Acrescentou ainda que estes princípios fazem parte integrante dos esforços mais alargados do governo italiano a nível nacional, europeu e internacional.
Entretanto, os partidos da oposição criticaram tanto Israel como o governo italiano. Giuseppe Conte, líder do Movimento Cinco Estrelas (M5S), condenou a forma como o governo italiano lidou com a situação, acusando-o de não reconhecer o Estado palestiniano.
Num vídeo publicado na sua conta do Instagram, Conte classificou a abordagem do governo como cobarde e cúmplice da administração norte-americana. "Achamos que este governo é um cobarde! Por três vezes, teve a oportunidade de reconhecer o Estado Palestiniano durante a Assembleia Geral da ONU e interromper esta ação militar e não o fez", afirmou.
Os recentes acontecimentos no Líbano e no Irão complicaram as conversações de cessar-fogo, que são essenciais para aliviar as tensões regionais.
Apesar de nem Israel nem o Irão pretenderem uma guerra total, parece pouco provável que dêem ouvidos aos apelos à contenção, lançando a incerteza sobre as perspetivas imediatas de paz.