Algumas zonas da Europa estão a suar com um calor extremo, como foram os casos de Portugal, Espanha, França e Itália.
Em muitos países do sul da Europa, os termómetros deste fim de semana ultrapassaram os 40 graus, o que obrigou as autoridades a acionarem o "aviso vermelho".
Números que já não parecem surpreender os metereologistas que têm vindo a avisar do aquecimento da Terra.
"O homem tornou o planeta mais quente desde 1850, queimando cada vez mais combustíveis fósseis", explica Lorenzo Tedici, meteorologista e diretor do portal de previsões meteorológicas Il Mete.
"Nas últimas semanas e meses temos tido a presença frequente do anticiclone africano, que, no entanto, também parece estar ligado às alterações climáticas", continuou o meteorologista.
Portugal
Os distritos de Bragança, Vila Real e Guarda estiveram, no sábado, sob aviso vermelho, o máximo da escala, por causa do calor. O aviso só desceu no final de sábado para "laranja", mantendo-se assim todo o fim de semana.
Todo o restante território continental, à exceção dos distritos de Lisboa, Leiria e Faro, esteve sob aviso amarelo.
Segundo o IPMA, o aviso vermelho é emitido sempre que existe risco extremo, o laranja quando o risco é moderado a elevado e o amarelo quando há situação de risco para determinadas atividades, como a física ao ar livre.
Dadas estas previsões, a Direção Geral de Saúde (DGS) emitiu um comunicado com as recomendações normais para dias quentes como a ingestão de água com mais frequência; permanecer em ambientes frescos, arejados ou climatizados, pelo menos 2 a 3 horas por dia; evitar a exposição direta ao sol, principalmente entre as 11 e as 17 horas ou evitar atividades desportivas e de lazer de grande esforço físico no exterior.
Espanha
Também Espanha viveu aquilo que chamou de "quarta vaga de calor" do ano, que termina no domingo.
O calor persistiu em todo o território, tanto de dia como de noite, com temperaturas de mais de 40ºCelsurus. Em Catábria e no País Basco também foram acionados os avisos vermelhos.
Segundo "El tiempo" as temperaturas mínimas não desceram dos 22ºC ou 25ºC em muitas regiões do país.
Contudo, parece que o inferno vai arrefecer. Na segunda-feira, é esperada uma massa de ar atlântico mais fresco que ajudará a baixar os termómetros até terça-feira. No entanto, na próxima semana o calor manter-se-á intenso.
Itália
Os meteorologistas italianos dizem que este fim de semana em Itália foi o mais quente do ano, até agora, com alertas vermelhos para 14 cidades italianas.
Mas o calor não se fica pelo fim de semana, e e acordo com o sítio Web que dirige, Il Meteo, prevê-se que a vaga de calor dure pelo menos mais 10 dias.
Entre segunda e terça-feira, as previsões italianas apontam para o pico do calor, com máximas que atingem os 40 graus no centro-leste do Vale do Pó e nas zonas interiores das regiões do Tirreno central, Apúlia, Basilicata, Calábria e Sardenha.
Os turistas em Roma e no Vaticano tiveram sérias dificuldades com os 36 graus registados no domingo. "Está muito calor, estamos a caminhar, mas sempre com um gelado na mão ou água", disse uma visitante brasileira, Fabiana Laurenti.
"Já estivemos em Florença, Pisa, e agora viemos aqui no fim de semana mais quente e estou com dificuldades", disse Jerry Mangan, da Escócia, um dos muitos turistas equipados com bebidas geladas e ventoinhas eléctricas.
A Proteção Civil italiana distribuiu garrafas de água aos visitantes do Coliseu e do Fórum Romano, para fazer face a uma vaga de calor na capital
França
Domingo tem 25 distritos do sul e do leste de França sob alerta laranja devido à vaga de calor.
A vaga de calor em França deverá estender-se até Paris e à metade norte do país na segunda-feira, com aumento do número de regiões sob aviso laranja, tudo indica que o número sobe para 45.
Toda a Ile-de-France e o Centro serão afetados por temperaturas anormalmente elevadas, com picos de 40°C.
Em algumas regiões foram destacados enfermeiros para as 28 regiões francesas afetadas, para controlar os mais vulneráveis, como idosos e pessoas com problemas de saúde.
"Estamos aqui para os lembrar que devem beber muito e ter cuidado com a desidratação, para que não seja necessário chamar o médico ou a família", diz Julie Camoin, enfermeira.
A Organização Mundial de Saúde adverte que 175.000 europeus - que vivem no continente que regista o aquecimento mais rápido - morrem todos os anos devido ao calor