NewsletterBoletim informativoEventsEventosPodcasts
Loader
Encontra-nos
PUBLICIDADE

Já arderam mais de 62 mil hectares em Portugal. Governo decreta situação de calamidade

Uma extensa nuvem de fumo visível do espaço foi registada pela NASA e pode ser vista através do serviço Worldview.
Uma extensa nuvem de fumo visível do espaço foi registada pela NASA e pode ser vista através do serviço Worldview. Direitos de autor NASA
Direitos de autor NASA
De  Euronews
Publicado a Últimas notícias
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

Sistema Copernicus diz que mais de 62 mil hectares arderam em Portugal continental desde domingo. Governo declara situação de calamidade nos municípios afetados.

PUBLICIDADE

O governo declarou situação de calamidade nos municípios afetados pelos incêndios florestais que assolam o país. A decisão foi tomada no Conselho de Ministros extraordinário que se realizou na tarde desta terça-feira.

O primeiro-ministro Luís Montenegro refere que, em situação de calamidade, a equipa multidisciplinar coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial poderá oferecer, desde já, "um abrigo para os próximos dias" a "quem não tem casa".

Montenegro acrescenta que será também possível prestar apoio "imediato e urgente" a "quem não tem meios de subsistência para se alimentar e vestir", sublinhando que está a ser feito o levantamento de todos os prejuízos de modo a que "haja celeridade para todas as respostas necessárias".

Luís Montenegro adiantou também que, "se possível", o governo não deixará de acionar o Fundo Social Europeu, caso se "verifiquem os requisitos".

"As horas difíceis ainda não acabaram", alertou o primeiro ministro, prometendo punir quem ateia fogos. "Não vamos regatear nenhum esforço na ação repressiva. Não podemos perdoar a quem não tem perdão", vincou Montenegro.

Marcelo: "Não podemos ter a tentação da facilidade"

O presidente da República, que também participou no Conselho de Ministros extarordinário, começou por destacar a “serenidade” dos portugueses.

“Foi bom que o primeiro-ministro e o presidente da República não tivessem tido uma mensagem facilitista”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

“Não podemos ter a tentação da facilidade. Não podemos garantir que o dia de hoje não tenha ainda a projeção daquilo que foi vivido nos últimos dias, mas esperamos que amanhã e depois de amanhã seja já muito mais claro o efeito do combate corajoso das populações, dos operacinais da Proteção Civil, das Forças Armadas, da GNR e dos meios aéreos”.

O chefe de Estado expressou solidariedade "institucional" e "estratégica" para com o governo.

64 incêndios ativos

Às 20 horas desta terça-feira, de acordo com a Proteção Civil, permaneciam em curso 64 incêndios, sendo o centro e o norte as regiões que concentram o maior número de ignições.

Ao início da noite, foram contabilizadas 30 ocorrências significativas que mobilizavam 3888 operacionais, bem como 1208 meios terrestres, não estando a funcionar quaisquer meios aéreos.

São 25 os municípios afetados, 15 deles no norte e 10 no centro. Esta terça-feira, registaram-se, até ao último balanço do dia, 213 ignições, 125 durante a madrugada e as restantes ao longo do dia.

"É necessária a redução do número de ignições. Este número não é comportável porque significa que não estamos a adotar os nossos comportamentos às condições extremas, à situação que é complexa", afirmou o comandante da Proteção Civil.

"A noite vai ser um período complicado", avisou ainda André Fernandes, Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil, invocando o "vento forte, do quadrante leste", e frisando a necessidade de "reduzir o número de ignições, em particular as noturnas".

André Fernandes rejeitou que tenha havido "descoordenação" no trabalho dos operacionais no combate aos fogos.

PUBLICIDADE

"Compreendemos e aceitamos as críticas, mas, numa situação tão complexa, é normal que os meios não cheguem".

"Não há falhas na rede SIRESP", assegurou, alertando que esta quarta-feira será um "dia de trabalho intenso" e avançando que "os incêndios na região de Coimbra já têm condições de estabilização".

Mais complicado é o complexo de fogos no distrito de Aveiro, que segundo indicou o Comandante Nacional da proteção Civil, tem uma extensão de 100 quilómetros.

De acordo com a proteção Civil, há seis aviões estrangeiros a combater os fogos florestais em Portugal. às duas aeronaves vindas de Espanha, que já estiveram em operação na segunda-feira, juntam-se mais quatro meios aéreos: os dois de França, que iniciaram a atividade ao início da tarde, e os dois de Itália, que começaram a trabalhar a meio da tarde, sendo que os seis aviões vão prosseguir o trabalho de combate às chamas esta quarta-feira.

PUBLICIDADE

Morte de três bombeiros

Três bombeiros morreram durante combate a um incêndio em Tábua. A informação foi confirmada à Euronews por fonte da Liga dos Bombeiros Portugueses.

O carro onde seguiam terá sido apanhado numa frente de fogo, com um dos bombeiros a ser encontrado carbonizado. As circunstâncias em que o acidente aconteceu estão ainda a ser apuradas. Os bombeiros, um homem e duas mulheres, seguiam no carro para Vila do Mato, na região de Coimbra. Há ainda a reportar outros dois bombeiros feridos sem gravidade.

Desta forma, o balanço atual de vítimas mortais sobe para sete: quatro bombeiros e três civis.

Marcelo Rebelo de Sousa já reagiu, dizendo-se "profundamente consternado com o acidente com uma viatura de bombeiros, causando o falecimento de três bombeiros". Em comunidado, Luís Montenegro também enviou condolências às famílias dos bombeiros.

PUBLICIDADE

"Expresso as mais sentidas condolências às Famílias e à corporação destes três heróis que deram a vida pela defesa de Portugal e dos Portugueses. A maior homenagem que lhes podemos prestar é continuar a lutar, como eles fizeram", é possível ler na nota enviada às redações.

Mais de 62 mil hectares arderam em Portugal continental desde domingo

A área ardida em Portugal continental desde domingo já ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que na região norte e centro, atingida pelos incêndios desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.

As zonas mais afetadas localizam-se na Região de Aveiro, Tâmega e Sousa e Viseu Dão Lafões, que totalizam 47.376 hectares de área ardida, 75% da área ardida em todo o território nacional.

De acordo com o sistema Copernicus, que recorre a imagens de satélite com resolução espacial a 20 metros e 250 metros, a contabilização do total de área ardida desde domingo chega aos 62.646 hectares.

PUBLICIDADE

“Proximidade e rapidez” para ajudar populações afetadas

O ministro adjunto e da Coesão Territorial reúne-se esta terça-feira com os autarcas de Aveiro, devido aos incêndios que afetam a região.

“O princípio tem de ser proximidade e rapidez como método para fazer com que as pessoas lesadas sintam que alguém está a olhar por elas” explicou aos jornalistas à chegada ao encontro. "O Governo tem de estar aliado aos autarcas para nos coordenarmos”, afirmou.

Manuel Castro Almeida não descarta a possibilidade de se reunir com outros autarcas de outras áreas afetadas. Questionado sobre o tempo que passará em Aveiro, o distrito mais afetado pelos fogos nesta atura, o ministro afirmou “ter mala feita para três dias”.

IPMA mantém oito distritos sob aviso amarelo devido ao calor

No terreno, as condições de combate ao fogo deverão continuar difíceis com o IPMA a manter os avisos devido ao calor.

PUBLICIDADE

Oito distritos de Portugal continental estão sob aviso amarelo devido ao calor, segundo informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. O aviso estará em vigor até, pelo menos, às 18:00 desta terça-feira.

Num comunicado, o IPMA disse que os distritos do Porto, Setúbal, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Aveiro, Coimbra e Braga estão sob alerta devido à "persistência de valores elevados da temperatura máxima".

Vários concelhos de todos os distritos de Portugal continental apresentam um perigo muito elevado e elevado de incêndio, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De recordar que o Governo prolongou a declaração de situação de alerta até às 23:59 do próximo dia 19, ou seja, quinta-feira.

PUBLICIDADE

Incêndios provocam corte de estradas

Os incêndios estão a provocar vários constrangimentos ao nível da circulação rodoviária, com a Proteção Civil a desaconselhar as viagens para as áreas afetadas, nomeadamente para o distrito de Aveiro.

Eis os principais cortes:

Incêndios: Von der Leyen quer discussão sobre reparações e adaptação

A presidente da Comissão Europeia defendeu que é preciso financiar a "necessidade crescente de adaptação e reparação" face a fenómenos meteorológicos adversos. Ursula von der Leyen falava a propósito dos incêndios em Portugal e também das cheias que atingiram vários países da Europa Central.

"É uma questão cada vez mais importante e é uma coisa que nós, enquanto europeus, precisamos de perceber: como é que podemos financiar a necessidade crescente de adaptação e reparação que vai ser necessária nos próximos anos", face a fenómenos meteorológicos adversos, admitiu.

PUBLICIDADE

Depois do pedido de ajuda português ao abrigo do mecanismo europeu de Proteção Civil, a presidente da Comissão Europeia reconheceu que os Estados-membros estão a "apoiar tanto quando é possível neste momento de crise".

Sobre os oito aviões enviados pela União Europeia, de acordo com o último balanço da Proteção Civil, os meios espanhóis enviados estão já a atuar desde as 9:00 desta terça-feira. Os meios franceses já aterraram em território luso, podemo começar a operar ainda durante a tarde. Os meios italianos deverão chegar durante a tarde.

Quanto à Gréca, a situação é um pouco mais complexa. Os aviões ainda não conseguiram realizar a viagem devido às condições meteorológicas.

Quatro pessoas constituídas arguidos por fogo posto em Valongo

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou, esta terça-feira, que constituiu arguidos quatro funcionários da União de Freguesias de Campo e Sobrado, no concelho de Valongo, por suspeitas de causarem um incêndio florestal.

PUBLICIDADE

Em comunicado, a PJ explicou que o incêndio foi originado pela “utilização indevida” de "máquinas agrícolas, uma roçadora de disco metálico", cuja utilização é proibida devido à Situação de Alerta que o país atravessa.

Este incêndio ocorreu na segunda-feira, em Campo, no distrito do Porto, tendo as chamas consumido cerca de um hectare de mancha florestal e causado danos em viaturas e unidades fabris.

"Os arguidos, sem antecedentes criminais, prestaram termo de identidade e residência e foram interrogados sobre os factos em investigação", concluiu a PJ em comunicado. 

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Incêndios florestais no norte de Portugal transformam o dia em noite

Chamas tomam conta do norte e centro de Portugal. Situação de alerta prolongada até quinta-feira

Governo alemão nega ter suspendido autorizações de exportação de armas para Israel