No município de Paiporta, 60% da rede de esgotos já foi desobstruída, mas os esgotos ainda não estão a ser drenados.
Os esforços de limpeza ainda estão a decorrer após as graves inundações na região espanhola de Valência, sendo que os bloqueios nos esgotos são agora a principal preocupação das autoridades.
Há cerca de uma semana que os trabalhadores tentam desobstruir os esgotos, injetando água sob pressão para amolecer a lama e absorvê-la através de outro tubo.
Pelo menos 100 camiões foram enviados para toda a região, 25 dos quais para o município de Paiporta, que tem 75 km de rede de esgotos.
"Temos que molhar bastante para que seja mais fácil para as bombas absorverem a obstrução", explica Carlos Lobelo, gerente de serviços da empresa de Serviços Ambientais, AMBIPAR.
No entanto, o técnico de desobstrução Kevin López diz que, como a lama já está solidificada, é difícil tanto injetar pressão de água como sugar a lama de volta.
Até agora, 60% do sistema de esgotos de Paiporta foi desobstruído, mas os esgotos ainda não estão a ser drenados.
"Há um problema grave de esgotos em Paiporta. Por isso, não podemos deitar água ou resíduos na rede de esgotos, porque isso agravaria o problema", afirma María Isabel Albalat, presidente da Câmara Municipal de Paiporta.
Há também garagens que ainda estão cheias de lama, o que pode causar fugas na rede de água potável.
"Apesar de sabermos, através de amostras, que a água da rede é potável, pode haver fugas entre a rede e o acesso a cada casa", explica Salvador Peiró, investigador de saúde pública na Fundação de Saúde de Valência, FISABIO.
No entanto, a Saúde Pública espanhola afirma que foram detectadas poucas infeções e que as que foram detetadas são de pouca gravidade.