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Áustria: líder da extrema-direita exige novas eleições após fracasso das negociações de coligação

O líder do Partido da Liberdade da Áustria, Herbert Kickl, chega à sede do seu partido em Viena, Áustria, quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025.
O líder do Partido da Liberdade da Áustria, Herbert Kickl, chega à sede do seu partido em Viena, Áustria, quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025. Direitos de autor  AP Photo
Direitos de autor AP Photo
De Tamsin Paternoster
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As negociações de coligação arrastaram-se durante quatro meses, depois de os austríacos terem ido às urnas em setembro. São já as mais longas conversações da história do país.

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O líder do Partido da Liberdade (FPÖ) da Áustria, de extrema-direita, Herbert Kickl, apelou à realização de "novas eleições rapidamente", após o fracasso das negociações de coligação entre o partido que lidera e o Partido Popular (ÖVP), de centro-direita, na quarta-feira.

Kickl ficou em primeiro lugar nas eleições de setembro, com 28% dos votos, mas os outros partidos austríacos uniram-se para o manter, bem como ao seu partido, longe do poder. Quando essas conversações falharam, Kickl acabou por ser convidado a realizar conversações de coligação com o ÖVP.

No entanto, as negociações entre os dois partidos pareceram tensas nas últimas semanas, com ambos a discutirem sobre matérias políticas e a não conseguirem chegar a acordo sobre quem teria o controlo do Ministério do Interior do país.

As tensões entre os dois partidos atingiram o ponto de rutura na quarta-feira à noite, quando ambos anunciaram que não iriam continuar as negociações.

Kickl culpou o ÖVP pelo fracasso das discussões, afirmando aos jornalistas que a sua decisão não foi tomada "sem pesar".

O líder do ÖVP, Christian Stocker, afirmou, por sua vez, que o seu partido tinha delineado várias exigências básicas - incluindo a adesão à iniciativa europeia "Sky Shield" e uma cooperação com os serviços de informação internacionais - que, segundo referiu, Kickl não estava disposto a aceitar.

Desta feita, o presidente austríaco, Alexander Van der Bellen, deverá manter conversações com os líderes de todos os partidos na quinta e sexta-feira para explorar as opções para a formação de um novo governo.

Numa declaração transmitida na quarta-feira, Van der Bellen afirmou que existem, de momento, quatro opções possíveis para a Áustria: novas eleições, um governo minoritário, um governo formado por especialistas não eleitos ou uma nova coligação composta por vários partidos.

A Áustria teve recentemente um "governo de especialistas", em 2019, quando a anterior coligação ÖVP e FPÖ se desfez por causa do chamado "caso Ibiza" - em que o então líder do FPÖ foi denunciado por discutir acordos corruptos com uma mulher que se fazia passar por sobrinha de um oligarca russo.

Os outros partidos austríacos manifestaram a vontade de cooperar com os ecologistas dos Verdes, os liberais do NEOS e os sociais-democratas de centro-esquerda, todos eles afirmando que estariam dispostos a dialogar com o ÖVP.

As conversações entre o ÖVP, o SPÖ e o NEOS foram interrompidas devido a divergências em matéria de política fiscal.

O líder do SPÖ, Andreas Babler, indicou que o seu partido está disposto a negociar ou a "apoiar um governo formado por personalidades reconhecidas". Na sua ótica, a Áustria precisa agora de estabilidade.

Já o presidente do influente Conselho Fiscal Consultivo - um organismo independente responsável pelo controlo da disciplina fiscal das entidades governamentais -, Christoph Badelt, alertou para as consequências negativas que adviriam caso os partidos não chegassem a acordo sobre um orçamento de transição para manter o país a funcionar.

"É provável que o Estado não possa contrair qualquer dívida em abril/maio ou, o mais tardar, em junho", afirmou Badelt, acrescentando: "Isto pode, naturalmente, causar problemas de liquidez."

O proeminente cientista político Peter Filzmaier classificou o fracasso das negociações como um "espetáculo bizarro em palco aberto".

Tanto o ÖVP como o FPÖ não têm "nenhum plano B viável" e colocaram-se numa "posição pior do que anteriomente", considerou Filzmaier.

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