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Putin aberto a "conversações" diretas com a Ucrânia à medida que a pressão internacional aumenta

O presidente russo, Vladimir Putin, no Fórum Municipal da Rússia.
O presidente russo, Vladimir Putin, no Fórum Municipal da Rússia. Direitos de autor  Vyacheslav Prokofyev/Sputnik
Direitos de autor Vyacheslav Prokofyev/Sputnik
De David O'Sullivan
Publicado a Últimas notícias
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Os comentários do presidente russo, Vladimir Putin, sobre potenciais conversações bilaterais podem assinalar uma mudança diplomática. O presidente ucraniano, Volodymr Zelenskyy, continua a insistir num cessar-fogo.

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Vladimir Putin manifestou, pela primeira vez em anos, a vontade de manter conversações diretas com a Ucrânia. O presidente da Rússia abre assim a porta para um novo movimento diplomático, numa altura em que aumenta a pressão dos Estados Unidos para que ambas as partes cheguem a um acordo de cessar-fogo.

Em declarações à imprensa estatal russa na segunda-feira, Putin disse que Moscovo está aberto a discutir a possibilidade de suspender os ataques contra infraestruturas civis diretamente com Kiev, referindo-se à "trégua da Páscoa" declarada pela Rússia durante o fim de semana. As duas partes acusaram-se uma à outra de violar esta trégua.

"Temos uma atitude positiva em relação a todas as iniciativas de paz", afirmou Putin. "Esperamos que os representantes do regime de Kiev tenham a mesma opinião".

Putin reconheceu que os recentes ataques russos atingiram infraestruturas civis, matando várias pessoas. Mas afirmou, sem provas, que esses alvos estavam a ser utilizados para fins militares. "É isso que temos de ver... talvez bilateralmente", acrescentou.

Centro de Kostyantynivka, na região de Donetsk, na Ucrânia, 19 de abril de 2025.
Centro de Kostyantynivka, na região de Donetsk, na Ucrânia, 19 de abril de 2025. Iryna Rybakova/Ukrainian 93rd Mechanized brigade

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou mais tarde que Putin estava a referir-se a possíveis negociações com a Ucrânia, dizendo: "O presidente tinha em mente negociações e discussões com o lado ucraniano".

A Ucrânia continua aberta ao diálogo, diz Zelenskyy

A Ucrânia não tem conversações diretas com a Rússia desde as primeiras semanas da invasão por parte de Moscovo, em fevereiro de 2022.

No entanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, diz que continua aberto ao diálogo se este puder conduzir a progressos significativos. No discurso noturno de segunda-feira, Zelenskyy reiterou que a Ucrânia está "pronta para qualquer conversa" sobre o fim da guerra e o fim dos ataques a civis.

Propôs também um cessar-fogo de 30 dias, com o objetivo de pôr termo aos ataques com mísseis de longo alcance e drones contra zonas civis, uma ideia que a Rússia ainda não aceitou.

Num post no X, Zelenskyy reafirmou que a Ucrânia, juntamente com os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, está preparada para prosseguir "um cessar-fogo incondicional, seguido do estabelecimento de uma paz real e duradoura".

Aumento da pressão internacional

A pressão para a realização de negociações surge numa altura em que os Estados Unidos adotaram uma posição mais enérgica para pôr termo ao conflito. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, avisou na semana passada que Washington poderia desistir da mediação dentro de "dias" se não houvesse progressos visíveis.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez eco deste sentimento, afirmando na segunda-feira que existe uma "muito boa hipótese" de um cessar-fogo em breve, mas sublinhando a necessidade de os dois lados mostrarem "entusiasmo para querer acabar com isto".

O quadro de paz apoiado por Washington inclui alegadamente concessões controversas, como o reconhecimento da anexação da Crimeia pela Rússia e o impedimento da Ucrânia de aderir à NATO. Estão são exigências russas de longa data que contradizem as linhas vermelhas declaradas publicamente pela Ucrânia.

Zelenskyy declarou anteriormente que a Ucrânia não reconheceria nenhum dos territórios ocupados pela Rússia, considerando esse reconhecimento inegociável.

Ainda assim, as conversações prosseguem. Esta semana, em Londres, os responsáveis ucranianos devem reunir-se com os homólogos norte-americanos, britânicos e franceses para debater o plano de paz dos EUA, com base nas discussões realizadas em Paris no mês passado.

O presidente francês, Emmanuel Macron, recebe o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, no Palácio do Eliseu, em Paris, 26 de março de 2025.
O presidente francês, Emmanuel Macron, recebe o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, no Palácio do Eliseu, em Paris, 26 de março de 2025. Thibault Camus/Copyright 2025 The AP. All rights reserved.

A administração Trump está também a coordenar uma reunião separada com Moscovo.

À medida que a guerra se arrasta para o terceiro ano, os próximos dias podem determinar se a diplomacia pode finalmente abrir caminho para a paz ou se os desacordos sobre questões fundamentais vão bloquear as negociações.

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