A Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros falou em exclusivo para o programa da Euronews "Europe Today", durante a cimeira da NATO, em Haia.
A União Europeia "ouviu o presidente Trump" e "todos estão a fazer mais" para aumentar a despesa europeia com a defesa, disse hoje à Euronews a Alta Representante para os Negócios Estrangeiros da União Europeia, Kaja Kallas, numa altura em que os líderes da NATO se reúnem em Haia para uma cimeira histórica.
A mensagem do secretário-geral da NATO, Mark Rutte, dirigida ao presidente dos Estados Unidos antes da cimeira, elogiava a forma como este lidava com a aliança ocidental e com o conflito no Irão.
"Está a voar para outro grande sucesso, esta noite, em Haia. Não foi fácil, mas conseguimos que todos assinassem o acordo de cinco por cento", escreveu Rutte, numa mensagem publicada por Trump nas redes sociais, referindo-se ao objetivo de despesa com a defesa que Trump pediu aos membros da NATO.
"Mark Rutte está a falar a língua de Trump, penso que está a falar a língua que o presidente Trump entende e que precisa de transmitir", disse Kallas. "Penso que é muito importante que todos estejam a fazer estes 5% e a concordar com isto".
"O presidente Trump tem vindo a pedir isto há já algum tempo, que todos devem fazer mais pela própria defesa, e a Europa está a dar um passo em frente. Nós definitivamente ouvimos o presidente Trump e todos estão a fazer mais", acrescentou.
A fraqueza provoca Putin, diz Kallas
Questionado sobre se os Estados Unidos estavam a divergir dos outros membros da NATO na abordagem à Ucrânia, Kallas disse que "os Estados-membros ao concordarem em gastar mais na defesa, também significa que têm mais meios para ajudar a Ucrânia".
"No que se refere à Europa, concordámos em apoiar militarmente a Ucrânia e em exercer mais pressão sobre a Rússia, para que esta também queira a paz e acabar com esta guerra.
A segurança em todo o mundo "está muito interligada", acrescentou citando a presença de soldados norte-coreanos ativos na guerra contra a Ucrânia, o apoio que o Irão está a dar à Rússia e a evasão às sanções por parte de alguns países.
O aumento das despesas com a defesa é a melhor forma de desviar a agressão do presidente russo, Vladimir Putin, afirmou Kallas.
"Não consigo ver o que se passa na cabeça de Putin, mas olhando para a forma como ele tem trabalhado, ele compreende a força", afirmou Kallas: "Se investirmos mais na defesa, seremos mais fortes e isso não o vai provocar".
"A fraqueza provoca-o. Se ele pensar que é mais forte, que pode fazer esta guerra, então vai fazer a guerra. Mas se vir que somos fortes, então não olha para nós, e é isso que estamos a fazer".