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"Trump está a deixar-se fascinar pela lisonja de Putin", diz Kara-Murza, ativista da oposição russa

"Trump está a deixar-se fascinar pela lisonja de Putin", diz Kara-Murza, ativista da oposição russa
Direitos de autor  Euronews
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De Shona Murray
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Vladimir Kara-Murza, ativista da oposição russa e ex-preso político, afirma que a abordagem dos líderes ocidentais a Putin no passado foi "chocante e vergonhosa" e que deu ao atual presidente margem de manobra para corroer a democracia na Rússia.

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Kara-Murza foi condenado a 25 anos de prisão na Sibéria por "espalhar desinformação" sobre as forças armadas russas, na sequência da invasão total da Ucrânia, sendo libertado em 2024, no âmbito de uma troca de prisioneiros e espiões negociada pelo antigo presidente dos EUA, Joe Biden, pelo antigo chanceler alemão, Olaf Scholz, e por Vladimir Putin.   

Em entrevista ao programa "The Europe Conversation" da Euronews, Kara-Murza lamenta o facto de os líderes ocidentais terem acreditado num "mito" no início do primeiro mandato de Putin como presidente e, antes disso, como primeiro-ministro. O ativista afirmou que Putin nunca foi uma força para a modernização nem alguém que "acreditasse na reforma" dos costumes da União Soviética.    

"Nada poderia estar mais longe da verdade", disse Kara-Murz a Shona Murray, da Euronews.    

"O mito é que houve uma espécie de Putin inicial, que era supostamente bom, que acreditava na reforma, na modernização e na cooperação com o Ocidente, e que depois algo correu terrivelmente mal pelo caminho."   

Kara-Murza afirmou que os governos ocidentais que falam da versão de um Putin "precoce" fazem-no por razões de "autojustificação".   

O ativista afirmou que a verdadeira essência das intenções de Putin para a Rússia foi clara desde o início. Putin encomendou uma estátua para homenagear um antigo agente do KGP que foi fundamental na repressão dos húngaros que, em 1956, tentaram revoltar-se contra o domínio brutal da União Soviética no país.   

"Lembro-me muito bem do dia em que compreendi exatamente quem era aquele homem e o rumo que iria dar ao nosso país", disse Kara-Murza.   

"No dia 20 de dezembro de 1999, antes de se tornar presidente, quando ainda era primeiro-ministro, foi à Praça Lubyanka, em Moscovo, à antiga sede do KGB, agora FSB, para inaugurar oficialmente uma placa comemorativa de Yuri Andropov, antigo chefe do KGB soviético", disse Kara-Murza.  

Yuri Andropov foi também um dos responsáveis pela invasão da Hungria em 1956 e "deu prioridade à supressão da dissidência interna quando era presidente do KGB", afirmou Kara-Murza, acrescentando que se tratava de "alguém que personificava tudo o que havia de errado no sistema comunista".   

Kara-Murza avisou ainda que Putin está a usar o mesmo tipo de lisonja com Trump e com a Administração americana para os dissuadir de agir contra a invasão da Ucrânia.   

Em março, Putin informou o enviado dos EUA, Steve Witkoff, de que tinha encomendado pessoalmente um retrato a um pintor russo para oferecer ao presidente Trump.   

Witkoff descreveu-o como uma "pintura magnífica" e disse que Putin lhe tinha dito que "tinha rezado" por Trump na sequência da tentativa de assassínio contra ele durante um comício de campanha.   

"Putin percebeu, e corretamente, que a melhor forma de chegar a Donald Trump é através da lisonja pessoal", disse Kara-Murza.   

"Foi exatamente isso que fez ao dizer que tinha rezado por ele. E também, claro, ao oferecer-lhe um quadro que o Sr. Witkoff trouxe para Washington", disse.   

"São truques que têm sido utilizados pelos serviços de segurança soviéticos, e não só, durante décadas", disse, acrescentando: "Não consigo compreender como é que pessoas sérias caem neste tipo de coisas no século XXI." 

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