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Comissário europeu critica tentativas de relançar a Superliga de futebol

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Direitos de autor  Euronews
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De Stefan Grobe
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Numa entrevista exclusiva à Euronews, o Comissário Europeu para o Desporto e Cultura, Glenn Micallef, defende as infraestruturas de futebol da Europa, apresenta o primeiro quadro estratégico da UE para a cultura e apela à melhoria das condições de trabalho dos artistas.

Bruxelas opõe-se mais uma vez às tentativas de criação de uma Superliga Europeia.

"A Superliga foi, é e continuará a ser um erro. Não é uma boa ideia", disse Glenn Micallef, Comissário Europeu para a Cultura e o Desporto, em entrevista exclusiva à Euronews.

A Superliga foi uma ideia dos principais clubes de Inglaterra, Espanha e Itália para criarem a sua própria competição e se afastarem da UEFA, o organismo que rege o futebol profissional na Europa.

O conceito era ter alguns dos clubes mais ricos a competir permanentemente, permitindo ostensivamente aos clubes participantes obter mais receitas, como nos Estados Unidos.

"Na Europa, acreditamos na concorrência aberta", afirmou Micallef. "Desta forma, podemos também apoiar as nossas ligas nacionais europeias para que continuem a ser sustentáveis."

O anúncio inicial da Superliga Europeia em 2021 foi recebido com grande oposição por parte de adeptos, jogadores, dirigentes e clubes de futebol.

O projeto também enfrentou a oposição da UEFA, da FIFA (o organismo que rege o futebol a nível mundial) e de alguns governos nacionais. Os críticos da liga manifestaram a sua preocupação relativamente à potencial exclusividade e à redução da competitividade.

Mas uma série de decisões judiciais, a mais recente das quais em outubro, proibiu a UEFA, ou qualquer outra entidade, de asfixiar a liga. Esta proibição poderia violar determinados regulamentos da UE em matéria de concorrência.

Estas decisões deram novo oxigénio aos apoiantes da Liga, que continuam a tentar organizar uma competição separatista.

No entanto, o Comissário do Desporto não se deixa abater. "Não é segredo que o futebol europeu (...) enfrenta desafios do ponto de vista da sustentabilidade. São vários os fatores que contribuem para esta situação, nomeadamente os calendários de jogos muito sobrecarregados e as pressões a nível financeiro".

A resposta deve ser que todas as partes interessadas se sentem juntas para encontrar soluções, segundo Micallef.

"Fiquei chocado ao ver, nos últimos dias, discussões sobre o bem-estar dos atletas, por exemplo, sem que o sindicato que os representa estivesse à mesa. Estas são discussões que precisamos de ter num ambiente inclusivo com todas as partes interessadas à volta da mesa".

Os crescentes problemas de saúde mental e física

Micallef também abordou a situação "alarmante" da saúde mental no bloco.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de um em cada cinco (20%) jovens na UE sofre de ansiedade, depressão ou qualquer outra forma de perturbação.

O Comissário responsabilizou a má qualidade de vida por estes problemas mentais, para os quais um maior acesso à cultura poderia ser um remédio.

Para Micallef, a melhoria da oferta cultural para os jovens é uma alternativa saudável ao tempo excessivo passado nos ecrãs, "que, na minha opinião, está diretamente ligado aos problemas que vemos com o bem-estar mental, para não falar dos efeitos psicológicos, físicos e emocionais negativos que tem nas gerações mais jovens".

Além disso, Micallef alertou para o problema crescente da obesidade, que descreveu como uma "epidemia".

"Temos, nas nossas populações, quase metade dos nossos cidadãos que não são ativos fisicamente, nem sequer uma hora por semana", afirmou.

"E isto está ligado a um enorme problema que temos em termos de doenças não transmissíveis, como as cardiovasculares, a diabetes e as despesas de saúde que vemos disparar."

Acrescentou que, neste sentido, o desporto pode ser um "medicamento gratuito".

O primeiro quadro estratégico da UE para a cultura

Além disso, Micallef, cujo pelouro também inclui a cultura, falou sobre a Bússolas Cultural para a Europa, um quadro inovador através do qual a UE adotará, pela primeira vez, uma abordagem integrada da cultura.

Desenvolvido por Micallef e adotado pela Comissão na quarta-feira, trata-se de um mecanismo não juridicamente vinculativo que proporciona uma "visão a longo prazo do que pretendemos alcançar no setor cultural", afirmou Micallef.

Um dos compromissos assumidos na Bússola é a publicação periódica de um "Relatório sobre a situação da cultura na UE" para reforçar a liberdade artística.

Apresenta também propostas para melhorar as condições de trabalho dos quase 8 milhões de pessoas que trabalham em empresas culturais e criativas na UE, o que equivale a cerca de 4% da população ativa da UE.

"Metade das pessoas que trabalham neste setor dizem que enfrentam condições de trabalho precárias. Se continuarmos a permitir que isto aconteça, será muito difícil para o setor cultural atrair e reter talentos", explica o Comissário Europeu.

Prevê-se que as três instituições da UE aprovem a Bússola Cultural em 2026.

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