Os legisladores da UE chegaram a um acordo histórico, esta semana, para acabar com a dependência energética do gás russo até 2027. O comissário Jørgensen disse no programa matinal "Europe Today", da Euronews, que os europeus nunca devem permitir que Moscovo use a energia como arma.
A Europa nunca mais voltará a depender da energia russa após a guerra total de Moscovo na Ucrânia, afirmou o comissário para a Energia, Dan Jørgensen, no programa matinal "Europe Today", da Euronews, acrescentando que uma nova lei para proibir o petróleo russo está a ser elaborada e será apresentada em breve.
Jørgensen descreveu a proibição, imposta ao nível da UE, ao gás russo transportado por gasodutos e ao gás natural liquefeito (GNL) como um ponto de não retorno para o bloco, durante uma entrevista exclusiva à Euronews.
"Mesmo quando houver paz, não voltaremos a comprar gás russo. O nosso acordo permanecerá em vigor mesmo após a conclusão de um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia", destacou Jørgensen, recordando o aumento dos preços do gás, que abalou a economia europeia, após a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022.
"Nunca devemos repetir o erro de nos tornarmos novamente dependentes do gás russo", acrescentou Jørgensen.
O comissário dinamarquês lamentou a reação da Hungria à proibição. Budapeste diz que vai contestar judicialmente a proposta da Comissão Europeia.
"Não compreendo muito bem estes países [Hungria e Eslováquia]. Penso que devemos permanecer unidos contra Putin para ajudar os nossos amigos na Ucrânia", afirmou o comissário, referindo que a Comissão está pronta a ajudar todos os Estados-membros em risco de interrupção do abastecimento.
O comissário também citou as dificuldades enfrentadas pelos colegisladores da UE durante as "difíceis" negociações políticas para chegar a um acordo. O dossiê legislativo foi adotado ao abrigo de um procedimento comercial e não do quadro de sanções, dada a falta de unanimidade em torno do mesmo.
As sanções devem ser aprovadas por unanimidade pelos 27 Estados-membros.
"A implementação será gradual e poderá ser feita de forma a não ter efeitos negativos", afirmou Jørgensen.
Com a lei em vigor até ao final de 2027, não deverá entrar mais GNL ou gás russo transportado por gasoduto no bloco. Os colegisladores da UE estabeleceram que, para os contratos de fornecimento a curto prazo celebrados antes de 17 de junho, a proibição será aplicável a partir de 25 de abril de 2026 para o GNL e de 17 de junho de 2026 para o gás transportado por gasoduto.
Os contratos de importação de GNL a longo prazo serão autorizados a vigorar até 1 de janeiro de 2027, em conformidade com o 19.º pacote de sanções.
No que diz respeito aos contratos a longo prazo de importação de gás via gasoduto, a proibição entrará em vigor a 30 de setembro de 2027. No entanto, dependendo do nível de abastecimento dos depósitos nos Estados-membros, a proibição pode ser adiada para 1 de novembro de 2027.
Todas as manhãs, às 8:00 CET (7:00 em Portugal continental), Méabh Mc Mahon, pivô principal da Euronews, e Maria Tadeo, editora de assuntos europeus, resumem os principais acontecimentos do dia no nosso novo programa diário "Europe Today".