Um papagaio aquático que transforma as correntes marítimas em energia... Venha descobri-lo em Futuris.
Pode parecer um brinquedo, mas é, na verdade, um feito tecnológico que produz energia a partir das marés. Pode deslocar-se debaixo de água a uma velocidade dez vezes maior do que as correntes marítimas. Nem as suas capacidades, nem a sua utilização são brincadeira de criança.
A baía de Strangford Lough, na Irlanda do Norte, tem uma extensão de cerca de 150 quilómetros quadrados. Na maré alta, as águas podem subir até 4 metros. O grupo de cientistas do projeto PowerKite criou um método de produção de energia através das oscilações das marés.
A investigadora responsável, Heije Westberg, explica que se trata “de um papagaio que está preso ao solo marinho. Durante as marés, a força de impulsão da água acelera o papagaio, fazendo girar as turbinas. E quando isto acontece, produz-se eletricidade”.
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euronews</a> crew followed <a href="https://twitter.com/hashtag/PowerKite?src=hash">#PowerKite</a> project to see how it helps harness <a href="https://twitter.com/hashtag/oceanenergy?src=hash">#oceanenergy</a>. Stay tuned for the broadcast in 3 weeks! <a href="https://twitter.com/hashtag/H2020Energy?src=hash">#H2020Energy</a> <a href="https://t.co/Jb1xHEncnd">pic.twitter.com/Jb1xHEncnd</a></p>— INEA (
inea_eu) 4 de maio de 2017
Os testes efetuados destinam-se a apurar qual a configuração mais eficiente do engenho, qual é a velocidade ideal e até que profundidade deve ir para melhor aproveitar o avanço das águas, que pode atingir quase metro e meio por segundo.
Segundo o engenheiro Neil Laughlin, “a velocidade das marés difere de acordo com a profundidade. A flexibilidade do papagaio permite-lhe deslocar-se em diferentes profundidades, dependendo de onde estiver a corrente mais favorável”.
“O objetivo não é que se desloque o mais rapidamente possível. A ideia é conseguir converter o máximo de energia que pudermos. Se formos rápido demais, o sistema fica sobrecarregado, podem surgir falhas ou problemas diversos. Por isso, é necessário otimizar a velocidade de acordo com a produção de energia”, precisa Heije Westberg.
Na zona onde decorrem estes testes existem focas. Os cientistas estão a desenvolver um sonar para detetar a presença de animais e compreender a sua interação com o engenho.
O objetivo é agora construir papagaios muito maiores, passando de 3 para 12 metros de largura. Cada um pode produzir 1,6 gigawatts de eletricidade por ano.
“Da turbina à parte eletrónica, até ao envio da eletricidade para a costa – estamos a rever todos estes componentes no sentido de os desenvolver, melhorar o seu desempenho e reduzir custos”, aponta Per Salomonsson, coordenador do projeto PowerKite.
Os primeiros engenhos totalmente desenvolvidos deverão começar a operar ao largo do País de Gales.