Tecnologias e métodos para combater desperdício alimentar na UE

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De  Denis Loctier
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A euronews falou com o coordenador do projeto europeu Refresh, que identificou as boas práticas no combate ao desperdício alimentar,

Cerca de 20% dos alimentos produzidos na Europa acabam em aterros ou são usados para alimentar gado, o que custa à economia 140 mil milhões de euros por ano. 

Otimizar a produção alimentar

Para evitar o desperdício, uma fábrica holandesa, em Veghel, transforma as cenouras danificadas em produtos para aperitivos ou ingredientes para fazer sumo. A produção é ajustada em função da oferta e da procura. "Estamos a tentar otimizar a produção das duas indústrias: o que vai para o mercado de alimentos frescos e o que vai para o mercado de ingredientes. Tentamos usar todos os ingredientes. Com os vegetais, fazemos sumo, e, com isso, obtemos polpa e tentamos usar também essas fibras", explicou Gerbrand van Veldhuizen, diretor da vanRijsingengreen.

A euronews visitou a fábrica holandesa Surplus Food Factory onde os subprodutos baratos da indústria alimentar são usados como matéria-prima.

"Estes bocados de tomate são rejeitados pelos fabricantes de hambúrgueres. Nós usamo-los para fazer molhos e sopas saborosas. Também usamos cenouras que são grandes demais para a indústria e para o comércio de retalho”, disse Bob Hutten, diretor da fábrica holandesa.

Ao usar vegetais danificados, muitas vezes considerados sem valor, a fábrica holandesa aumentou a faturação e contratou novos trabalhadores.

A estratégia "Do prado ao prato"

A redução do desperdício é uma das metas da estratégia da Comissão Europeia intitulada Do Prado ao Prato, que faz parte do Pacto Ecológico Europeu.

"Gostaria de convidar pessoas de todos os países a virem aqui ver o que fazemos. Posso aconselhá-las e ajudá-las a identificar os problemas com base no que aprendi nesta fábrica, para que cada país possa ter este tipo de produção alimentar", acrescentou Bob Hutten.

A euronews falou com o coordenador do projeto europeu Refresh, que identificou as boas práticas no combate ao desperdício e avaliou a forma como os setores público e privado podem colaborar neste domínio.

"Constatámos que não há uma solução única. Os vários exemplos permitiram-nos elaborar uma espécie de esquema. Podemos ajudar qualquer país, com base no que aprendemos. Podemos ajudá-los a elaborar acordos entre as diferentes partes interessadas em cada cadeia de abastecimento", afirmou Toine Timmermans, coordenador do projeto Refresh.

Tecnologia para reduzir desperdício nos restaurantes

As novas tecnologias também podem desempenhar um papel no combate ao desperdício. Uma startup holandesa desenvolveu uma câmara para restaurantes, que identifica o que vai para o lixo e fornece estatísticas detalhadas sobre o desperdício.

"Os restaurantes podem ver as perdas recorrentes e decidir comprar menos ou produzir menos certos alimentos para evitar o desperdício. Em média, cada câmara tem o potencial para economizar quatro mil quilos de alimentos por ano. Imagine o resultado se aplicarmos esta tecnologia em larga escala", disse Olaf van der Veen, presidente da Orbisk.

Muitos supermercados holandeses vendem por menos dinheiro produtos com prazo de validade curto. Outra estratégia para evitar o desperdício alimentar é comercializar pão congelado. "Agora há sempre pão disponível, de manhã cedo até à noite. É uma boa solução para todos: desperdiçamos menos pão e atendemos melhor o cliente", disse George Verberne, proprietário de um dos supermercados da rede Jumbo Verberne.

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