Cibercriminalidade: será a reabilitação possível?

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Muitos piratas informáticos, ou "hackers", entram no cibermundo ainda crianças e cedo caem nas malhas da cibercriminalidade. Especialistas e autoridades explicam como isto acontece e o que pode ser feito para evitá-lo.

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A adrenalina que muitos piratas informáticos sentem durante as suas ações pode ser viciante. No entanto, muitos acreditam que hackers ilegais podem desenvolver uma "bússola moral" e aprender a utilizar as suas capacidades para o bem, especialmente se as autoridades intervierem quando são jovens.

"O cibercrime não tem idade e, infelizmente, as crianças, por serem ingénuas e vulneráveis, são a maioria das pessoas que se tornam este grupo de cibercriminosos", afirma Mike Jones, especialista em cibersegurança.

É por esta razão que a polícia neerlandesa se centra na prevenção da cibercriminalidade. Os seus programas re_B00tCMP (Reboot Camp) e HACK_Right visam reorientar os jovens piratas informáticos numa direção positiva, sobretudo através da prevenção.

"Têm um dia inteiro para aprender tudo sobre pirataria informática, como utilizar corretamente as suas capacidades sem infringir a lei", explica Floor Jansen, chefe da equipa de prevenção da cibercriminalidade da polícia neerlandesa.

De mãos dadas com a dependência

"A pirataria informática e o vício andam de mãos dadas", explica Jones, "e a razão pela qual digo isto é porque qualquer pessoa com uma personalidade propensa ao vício pode facilmente tornar-se viciada numa descarga de adrenalina".

Foi o caso de GhostExodus, pseudónimo de um hacker preso durante 11 anos pelas suas atividades ilegais durante a juventude. 

"Eu era uma criança perdida, tinha uma mãe que não cuidava de mim, por isso, o hacking tornou-se uma forma de me curar a minha impotência". 

Chapéus há muitos, mas nem todos são legais

Nem toda a pirataria informática é ilegal e há várias formas de se estar na atividade.

Erik Van Oosbree, um especialista em testes de invasão, explica que na gíria informática, os hackers se dividem em três categorais: "chapéus pretos", "chapéus brancos" e "chapéus cinzentos".

Um "chapéu preto" opera de forma absolutamente ilegal e "na maior parte das vezes, a motivação é o dinheiro, mas também pode ser a fama".

Por oposição, um "chapéu branco" atua de forma completamente legal, trabalhando para uma empresa, ou governos.

Já um "chapéu cinzento" pode ser mais difícil de classificar, uma vez que como motivação pode ter "uma boa causa", mas a pirataria é feita "sem autorização" e "a invadir o sistema de alguém”.

Apesar de haver quem não acredite na reabilitação, há especilaistas e autoridades a trabalhar diariamente não só na prevenção, como também na reabilitação de jovens criminosos.

Mike Jones, investigador em cibersegurança, acredita que "com estímulo suficiente, dor ou motivação suficientes, as pessoas mudam".

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