Um estudo recente destaca 10 países europeus onde as pessoas estão quase sempre online.
Milhões de pessoas passam a maior parte do seu tempo online, segundo novos dados mundiais.
Num inquérito realizado em 24 países, incluindo 10 na Europa, uma média de 28% das pessoas afirma utilizar a Internet quase constantemente.
Os resultados surgem num contexto de crescente preocupação com a dependência dos ecrãs, com estudos que concluíram que o tempo excessivo de utilização dos ecrãs pode aumentar o risco de problemas emocionais e comportamentais nas crianças.
As percentagens de tempo quase constante online foram mais elevadas no Japão (56%) e na Coreia do Sul (49%) e mais baixas na Nigéria (13%) e na Grécia (14%), de acordo com o inquérito do Pew Research Center, sediado nos EUA, realizado no início deste ano.
Na Europa, Espanha, Reino Unido, França, Suécia e Itália são os principais países em termos de tempo "constante" passado online, segundo o relatório. Embora o acesso à Internet varie na Europa, mais de 90% da população destes cinco países tem banda larga em casa, de acordo com dados da União Europeia e do Reino Unido.
A Hungria situa-se no outro lado do espetro, com 12% dos inquiridos a afirmarem que não utilizam a Internet, um valor mais elevado do que o de qualquer dos outros países europeus inquiridos.
No entanto, esta percentagem é bastante baixa quando comparada com a de outros países do mundo. No Quénia e na Índia, por exemplo, 33% e 36% dos inquiridos afirmaram não utilizar a Internet regularmente.
O Pew também indicou que, em todos os países, os adultos mais jovens tendem a ter taxas mais elevadas de utilização da Internet e das redes sociais e que tendem a estar quase sempre on line.
Os responsáveis políticos europeus tomaram nota. Num discurso recente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, salientou os potenciais danos das redes sociais para os jovens, comparando os seus perigos ao álcool e às drogas.
"Tal como no meu tempo, a sociedade ensinou aos seus filhos que não podiam fumar, beber ou ver conteúdos para adultos até uma certa idade, penso que é altura de pensarmos em fazer o mesmo em relação às redes sociais", afirmou a presidente da Comissão Europeia num discurso proferido no Parlamento Europeu em 13 de setembro.
Os responsáveis políticos de vários países europeus propuseram um conjunto de medidas, incluindo regulamentos sobre as principais plataformas tecnológicas para promover um ambiente online mais seguro e apelos à restrição das redes sociais e dos smartphones nas escolas.
A nível mundial, dezenas de sistemas escolares proibiram os smartphones nas escolas até ao final de 2024, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).