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Perturbações alimentares podem aumentar riscos para a saúde até 10 anos após diagnóstico, diz estudo

Rapariga adolescente triste olha para fora do enquadramento
Rapariga adolescente triste olha para fora do enquadramento Direitos de autor  Canva
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De Gabriela Galvin
Publicado a Últimas notícias
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Mantiveram-se elevados diversos riscos de saúde tanto cinco como 10 anos após o diagnóstico de perturbações alimentares.

Perturbações alimentares podem aumentar o risco de problemas de saúde graves mesmo anos depois, conclui uma nova análise.

Pessoas com perturbações alimentares têm mais probabilidade de apresentar problemas no fígado, diabetes, osteoporose e depressão no primeiro ano após o diagnóstico, e estes riscos mantêm-se até uma década depois, segundo o estudo, publicado na revista BMJ Medicine.

As conclusões poderão ter implicações para os 16 milhões de pessoas em todo o mundo que sofrem de perturbações alimentares como anorexia nervosa ou bulimia nervosa, condições médicas que envolvem hábitos alimentares anómalos e fixação com a alimentação e a imagem corporal.

A equipa de investigação sediada no Reino Unido analisou dados de cerca de 24.700 pessoas em Inglaterra diagnosticadas com uma perturbação alimentar e comparou-os com cerca de 493 000 pessoas com perfis semelhantes, mas sem perturbações alimentares.

Raparigas e mulheres representaram 89% das pessoas no estudo. Entre as pessoas com perturbações alimentares, cerca de 15% tinham anorexia, 21% bulimia e 5% perturbação de ingestão alimentar compulsiva, com outras perturbações ou não especificadas a perfazerem os restantes 60%.

No primeiro ano após o diagnóstico, as pessoas com perturbações alimentares tinham uma probabilidade significativamente maior de apresentar doença hepática, insuficiência renal, osteoporose, diabetes, insuficiência cardíaca, depressão, de praticar autolesão ou morrer por suicídio, face às que não tinham perturbações alimentares.

Ao fim de cinco e de dez anos, os riscos eram inferiores, mas mantinham-se elevados.

As conclusões sublinham a "importância de uma vigilância contínua dos resultados de saúde física a longo prazo em pessoas com antecedentes de perturbações alimentares", escreveram os investigadores.

O estudo tem algumas limitações, nomeadamente o facto de os investigadores não saberem quão graves eram as perturbações alimentares dos doentes ou como essa gravidade poderá ter afetado os resultados em saúde.

Em comparação com pessoas sem perturbações alimentares, estes doentes também tinham maior probabilidade de já apresentarem problemas de saúde, sobretudo de saúde mental, antes do diagnóstico. Estas condições podem agravar as perturbações alimentares.

Ainda assim, os investigadores disseram que os dados lançam nova luz sobre o impacto a longo prazo das perturbações alimentares.

Apelaram a que os médicos de família façam mais para apoiar as pessoas em recuperação, por exemplo articulando-se mais de perto com especialistas.

"Existe potencialmente uma lacuna na oferta, quando as dificuldades dos doentes são demasiado complexas para intervenções breves de baixa intensidade, mas não suficientemente complexas para equipas especializadas", disseram.

Se está a pensar no suicídio e precisa de falar, contacte a Befrienders Worldwide, uma organização internacional com linhas de apoio em 32 países. Visite befrienders.orgpara encontrar o número de telefone da sua área.

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