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Uma semana sem redes sociais reduz depressão e ansiedade?

Um quarto dos jovens adultos referiram que os sintomas depressivos melhoraram após uma semana sem redes sociais.
Um em cada quatro jovens adultos disse que os sintomas depressivos melhoraram após uma semana sem redes sociais. Direitos de autor  Canva, franckreporter
Direitos de autor Canva, franckreporter
De Anna Desmarais
Publicado a Últimas notícias
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Uma semana de detox digital pode melhorar a saúde mental? Estudo indica: um em cada quatro jovens referiu menos sintomas depressivos após uma semana sem aplicações.

Abandonar as redes sociais durante uma semana pode reduzir depressão, ansiedade e insónia em jovens adultos, segundo um novo estudo.

A investigação, publicada na revista Jama Network Open, recrutou 373 jovens entre os 18 e os 24 anos para passarem duas semanas a usar Facebook, Instagram, Snapchat, TikTok e X, enquanto a equipa recolhia os dados de utilização.

Quase 80 por cento dos participantes fizeram uma pausa de uma semana nas redes sociais logo após esse período, enquanto os restantes optaram por não o fazer.

Todos os participantes foram convidados a registar como se sentiam antes, durante e depois da pausa.

Um em cada quatro participantes assinalou menores níveis de depressão após a pausa, 16 por cento referiram menos ansiedade e 15 por cento observaram melhorias nos sintomas de insónia.

A pausa revelou-se mais eficaz entre os jovens que, antes do estudo, reportavam níveis elevados ou moderados de depressão, ansiedade ou problemas de insónia, indica o artigo.

Mas os investigadores concluíram que fazer uma pausa nas redes sociais não ajudou a combater a solidão, o que atribuíram ao facto de os participantes passarem uma semana sem interação regular, comentários ou gostos da respetiva comunidade.

Josep Maria Suelves, investigador na Universidade Aberta da Catalunha, disse que, embora as redes sociais possam facilitar a interação humana, "o uso frequente e prolongado destas ferramentas pode interferir com comportamentos saudáveis", como o exercício e o sono, ou "aumentar a exposição a influências sociais negativas, colocando riscos para a saúde devido a estilos de vida sedentários, descanso insuficiente, isolamento social, ou mesmo perturbações mentais como depressão ou dependência".

O tempo de ecrã não foi totalmente eliminado. Em média, continuaram a passar 30 minutos no telemóvel por dia, menos do que as quase duas horas antes da pausa.

Os jovens quebraram a pausa sobretudo para duas aplicações, Instagram e Snapchat, e foram menos propensos a entrar no Facebook, X e TikTok.

Mais estudos necessários

Os investigadores dizem que são precisos mais estudos para determinar a duração ótima das pausas nas redes sociais para reduzir as taxas gerais de depressão e ansiedade.

Pedem também mais testes em populações mais diversas, dado que a maioria dos participantes eram mulheres, em idade universitária e com elevados níveis de escolaridade.

Suelves afirmou que outros estudos devem também medir o impacto da redução do uso das redes sociais noutros hábitos negativos, como "comportamento sedentário" ou "menos horas de descanso e de interação pessoal". José Perales, professor de psicologia na Universidade de Granada, disse que outra limitação do estudo é o facto de a fase de pausa ter sido voluntária.

Permitir que alguns participantes escolhessem participar ou não poderia alterar os resultados globais, disse.

"A auto-seleção é considerada má prática, pois introduz enviesamento ao permitir que participem apenas os mais motivados ou os que têm maiores expectativas", disse.

Perales afirmou que a relevância do estudo é "muito modesta" e pode juntar-se "à longa lista de estudos inconclusivos e facilmente sobreinterpretados" nesta área.

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