Depois da Hungria anunciar que não irá bloquear apoio a Kiev, ministros de defesa da NATO reúnem-se em Bruxelas para chegar a acordo sobre um novo plano de apoio à Ucrânia.
Os ministros da defesa da NATO estão reunidos, em Bruxelas, para chegar a acordo sobre um novo plano de ajuda à Ucrânia. Esta reunião acontece depois da Hungria anunciar que não irá bloquear ajuda da aliança atlântica a Kiev mas não participará em qualquer ação da NATO.
Esta é a última ronda de conversações antes da cimeira organizada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que terá lugar em Washington, durante o mês julho. Nessa altura, prevê-se que os líderes da organização militar anunciem o apoio financeiro à Ucrânia.
Os aliados ocidentais da Ucrânia estão a tentar reforçar o seu apoio militar à medida que as tropas russas lançam ataques ao longo dos mais de mil quilómetros da linha da frente, tirando partido de um longo atraso na ajuda militar dos EUA. O dinheiro da União Europeia também foi bloqueado por lutas políticas internas.
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que preside à reunião desta quinta-feira, disse que as forças armadas ucranianas precisam de previsibilidade a longo prazo sobre o tipo de armas, munições e fundos que podem esperar receber.
"A ideia é minimizar o risco de lacunas e atrasos, como vimos no início deste ano", disse Stoltenberg aos jornalistas. O atraso, disse, "é uma das razões pelas quais os russos podem agora avançar e ocupar mais território na Ucrânia".
Desde a invasão russa em fevereiro de 2022, os apoiantes ocidentais da Ucrânia têm reunido com frequência, no âmbito do Grupo de Contato para a Defesa da Ucrânia, dirigido pelo Pentágono. O objetivo é obter mais armamento para Kiev. Na quinta-feira, realizou-se uma nova reunião na sede da NATO.
Embora essas reuniões tenham resultado num apoio significativo no campo de batalha, têm sido de natureza imprevisível. Stoltenberg liderou um esforço para que a NATO assumisse parte da responsabilidade.
A ideia é que a aliança militar de 32 nações coordene a assistência à segurança e o processo de formação, em parte utilizando a estrutura de comando da NATO e recorrer a fundos do orçamento comum.
Stoltenberg disse que espera que Biden e os seus homólogos cheguem a acordo em Washington para manter o nível de financiamento do apoio militar que têm prestado à Ucrânia. O secretário-geral estima que este apoio ascenda a cerca de 40 mil milhões de euros em equipamento por ano.
Hungria não irá bloquear assistência à Ucrânia
Na quarta-feira, a Hungria anunciou que não vetaria o plano de ajuda à Ucrânia, desde que não fosse forçada a participar.
"Pedi ao secretário-geral para deixar claro que todas as ações militares fora do território da NATO só podem ser de natureza voluntária, de acordo com as regras da NATO e as nossas tradições", disse o primeiro-ministro Viktor Orbán. "A Hungria recebeu as garantias de que necessitamos".
Orbán é visto como um dos líderes europeus mais próximos do presidente russo, Vladirmir Putin, e tem referido que os seus parceiros da União Europeia e da NATO que ajudam a Ucrânia são “pró-guerra”.
Os outros 31 aliados vêem a guerra da Rússia contra a Ucrânia como uma ameaça existencial à segurança da Europa, mas a maioria deles, incluindo Biden, tem sido extremamente cautelosa para garantir que a NATO não seja arrastada para um conflito mais vasto com a Rússia.
Enquanto organização, a aliança militar não envia armas para a Ucrânia e não tem planos para o fazer, mas muitos dos seus membros prestam ajuda numa base bilateral.
Os aliados da NATO fornecem mais de 90% do apoio militar que a Ucrânia recebe.