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A um mês da COP30: ministra brasileira pede apoio da UE para novo fundo em defesa das florestas

Sonia Guajajara, minsitra brasileira dos Povos Indígenas, durante a última COP, realizada em Baku, no Azerbaijão
Sonia Guajajara, minsitra brasileira dos Povos Indígenas, durante a última COP, realizada em Baku, no Azerbaijão Direitos de autor  Copyright 2024 The Associated Press. All rights reserved.
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De Artur Capuani
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Em entrevista exclusiva à Euronews, Sonia Guajajara defendeu o novo mecanismo de financiamento que será lançado oficialmente durante a COP30, no Brasil. A iniciativa destina 20% dos recursos aos povos indígenas e às comunidades locais.

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A exatamente um mês do início da COP30, a ministra brasileira dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, pediu o apoio da União Europeia para a constituição de um novo fundo em defesa das florestas tropicais. Intitulado “Fundo Florestas Tropicais para Sempre” (TFFF), o projeto prevê uma contribuição de 125 mil milhões de dólares, sendo 100 mil milhões provenientes de financiamento privado e o restante de fundos governamentais e filantropia. O principal objetivo do fundo é fornecer pagamentos anuais aos países com florestas tropicais como recompensa pela manutenção ou aumento da cobertura florestal. A análise das áreas será feita através de sensoriamento remoto por satélite.

“É muito importante que a União Europeia também possa já demonstrar adesão a este fundo, contribuindo com recursos financeiros e, assim, sensibilizar outros países a colocarem os seus recursos, para que possamos continuar a proteger as florestas tropicais no mundo”, defendeu Guajajara em entrevista exclusiva à Euronews. “Agora estamos a pensar em bloco, para que este fundo atinja pelo menos 75 países, incluindo aqueles com florestas e também a Mata Atlântica. O grande diferencial é a destinação de 20% dos recursos para financiamento direto de povos indígenas e comunidades locais”, explicou.

O mecanismo, considerado uma iniciativa inovadora pelo governo brasileiro, é uma das principais propostas dos anfitriões para a conferência sediada em Belém, a primeira realizada no interior da Floresta Amazónica.

A pasta comandada por Guajajara participou ativamente na elaboração do novo fundo. A ministra e ativista indígena defende o papel das comunidades locais como essencial na proteção das florestas. “Está comprovado que os territórios indígenas e os povos indígenas são os que mais preservam a biodiversidade e as florestas, contribuindo de forma muito significativa para o equilíbrio climático, a partir do seu próprio modo de vida. Por isso, não há como pensar em soluções sem considerar quem está a proteger as florestas”, completou Guajajara.

Aos investidores, a iniciativa promete retorno financeiro através da gestão de uma carteira diversificada de renda fixa, gerando rendimentos acima do custo de capital. Entre as organizações internacionais que contribuíram para a elaboração da proposta estão o Banco Mundial, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O Brasil também liderou a criação de um comité internacional para ajudar a moldar o fundo. Fazem parte deste grupo seis países em desenvolvimento (Brasil, Colômbia, República Democrática do Congo, Gana, Indonésia e Malásia) e cinco potenciais países investidores (França, Alemanha, Noruega, Emirados Árabes Unidos e Reino Unido).

Em reunião durante a última Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, o presidente brasileiro confirmou antecipadamente o aporte de mil milhões de dólares ao fundo. “O Brasil vai liderar pelo exemplo e tornar-se o primeiro país a comprometer-se com um investimento de mil milhões de dólares. Por isso, convido todos os parceiros presentes a apresentarem contribuições igualmente ambiciosas, para que o TFFF possa entrar em operação na COP30, em novembro, na Amazónia sul-americana”, declarou Lula.

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