Os ministros do G7 afirmaram numa declaração conjunta, no final da reunião de dois dias, que estão a aumentar os custos económicos para a Rússia e a explorar medidas contra aqueles que financiam os esforços de guerra da Rússia.
Após conversações no Canadá, os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 mostraram publicamente o seu consenso sobre a Ucrânia e o Sudão, mas mantiveram-se afastados de questões controversas como os ataques militares dos Estados Unidos (EUA) a barcos nas Caraíbas e o comércio.
Os ministros do G7 afirmaram numa declaração conjunta, no final da reunião de dois dias, que estão a aumentar os custos económicos para a Rússia e a explorar medidas contra aqueles que financiam os esforços de guerra da Rússia.
O Canadá anunciou mais sanções contra a Rússia, incluindo as que visam os envolvidos no desenvolvimento e utilização de drones, e a Grã-Bretanha, um dia antes, prometeu dinheiro para as infraestruturas energéticas da Ucrânia.
O Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, não fez qualquer anúncio imediato sobre as novas iniciativas dos EUA, mas afirmou nas redes sociais que a reunião abordou formas de "reforçar a defesa da Ucrânia e encontrar um fim para este conflito sangrento".
"Estamos a fazer tudo o que for necessário para apoiar a Ucrânia", afirmou a ministra dos Negócios Estrangeiros canadiana, Anita Anand.
Comércio e ataques militares dos EUA não foram discutidos
Todo o bloco de aliados está a enfrentar uma grande turbulência devido às exigências do presidente dos EUA, Donald Trump, em matéria de comércio, especialmente a imposição de várias tarifas.
Trump encerrou recentemente as negociações comerciais com o Canadá porque o governo da província de Ontário fez um anúncio antitarifário nos EUA que o incomodou.
Anand recusou-se a falar sobre a disputa comercial.
"Estou aqui para falar sobre o trabalho que os ministros do G7 estão a fazer", disse. "E é exatamente isso que eu acho que deveria estar a discutir".
Anand encontrou-se com Rubio, mas disse que não abordou as conversações comerciais, observando que um ministro diferente lidera a questão comercial.
Rubio disse aos jornalistas que os recentes ataques militares dos EUA no Mar das Caraíbas e no leste do Oceano Pacífico também não foram abordados. Acrescentou que as questões relativas à campanha militar e à partilha de informações em apoio às operações não foram levantadas por nenhum dos seus homólogos do G7 ou de outros países na quarta-feira.
"Não foi abordada uma única vez", afirmou.
O chefe da diplomacia dos EUA também negou uma notícia segundo a qual a Grã-Bretanha teria deixado de partilhar informações.
"Mais uma vez, nada mudou ou aconteceu que tenha impedido de alguma forma a nossa capacidade de fazer o que estamos a fazer. Nem estamos a pedir a ninguém que nos ajude no que estamos a fazer - em qualquer domínio. E isso inclui os militares", disse Rubio.
Declarações fortes sobre o Sudão
Na sua declaração conjunta, os ministros do G7 também condenaram veementemente a recente escalada de violência no Sudão, país devastado pela guerra, e Rubio lamentou a situação humanitária e disse que "algo tem de ser feito" para cortar as armas e outros apoios que as Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares estão a receber enquanto combatem o exército sudanês.
Questionado pelos jornalistas sobre o papel dos Emirados Árabes Unidos no conflito, Rubio disse que os EUA sabem quem está envolvido no fornecimento das RSF.
"Posso apenas dizer-vos que, ao mais alto nível do nosso governo, esse caso está a ser apresentado e que está a ser exercida pressão sobre as partes relevantes", afirmou Rubio, sem nomear qualquer país. "Isto tem de acabar. É evidente que estão a receber ajuda do exterior".
As avaliações dos serviços secretos norte-americanos revelaram, durante muitos meses, que os Emirados Árabes Unidos, um aliado próximo dos EUA, têm estado a enviar armas para as RSF. Os Emirados Árabes Unidos negam estar a apoiar as RSF.
O G7 é composto pelo Canadá, Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália e Japão. Anand convidou também os ministros dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Brasil, Índia, Arábia Saudita, México, Coreia do Sul, África do Sul e Ucrânia para a reunião, que teve início na terça-feira.