Quem são as "viúvas negras" da Rússia?

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De  Euronews
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O mesmo lugar e a mesma arma: uma mulher, Em outubro, também em Volgogrado, uma explosão num autocarro fazia seis mortos.

A autora: Naida Asiyalova, uma bombista suicida originária do Daguestão. As mulheres são cada vez mais uma arma usada pelos islamitas do Cáucaso, conquistadas pela causa de um homem.

Doku Umarov, líder da rebelião islamita, é o inimigo número um do Kremlin e jurou, numa mensagem de junho, fazer tudo para impedir os Jogos Olímpicos de Inverno em Sotchi. Na altura, Umarov pedia aos mujaedines do Cáucaso que usassem toda a força para impedir aquilo a que chamou “uma dança satânica sobe os ossos dos antepassados”.

Umarov tem 49 anos e é já um veterano. Combateu nas duas guerras da Chechénia. No início, opunha-se aos métodos terroristas, mas radicalizou-se em meados dos anos 2000. Hoje, apela à jihad contra a Rússia.

Entre 1991 e 1999, foi presidente da autoproclamada república chechena da Ichkéria. Em 2007, depois do fim da segunda guerra da Chechénia, declara a substituição da república por um emirado que inclui, além da Chechénia, o Daguestão, a Inguchétia e a Ossétia do Norte. Autoproclama-se emir.

Em março de 2010, reivindica o atentado no metro de Moscovo que faz 39 mortos. O crime foi cometido por duas mulheres kamikazes, incluindo uma jovem de apenas 17 anos.

Djennet era a viúva de Umalat Magomedov, chefe dos rebeldes islamitas no Daguestão. As mulheres terroristas, também chamadas “viúvas negras”, são quase sempre mulheres, mães ou filhas de homens mortos pelo exército russo.

As “viúvas negras” tornaram-se conhecidas com a tragédia do teatro Dubrovka, em Moscovo, em 2002.

Entre o grupo autor da tomada de reféns, havia várias mulheres. Ao fim de dois dias e meio, o episódio acabou com o assalto das forças russas, com gás. Morreram os 40 terroristas e 150 reféns.

As mulheres terroristas tornaram-se cada vez mais ativas e mais radicais. Mais do que militantes, são sobretudo uma arma usada por homens para quem a vida de uma mulher vale menos que a de um homem.

Para os terroristas, as mulheres bombistas suicidas são, sobretudo, uma forma de causar um máximo de danos com um mínimo de custos.

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