A decisão do tribunal de Saint Louis de não acusar o polícia que vitimou um jovem adolescente negro em Agosto. voltou a inflamar a cidade de Ferguson.
Desde o anúncio do grande júri, ontem à noite, que mais de uma dezena de edifícios foram incendiados durante os piores motins de sempre registados na região.
As autoridades, que mobilizaram a Guarda Nacional para o centro da localidade, afirmam que mais de 150 tiros foram disparados durante a noite, sem provocar vítimas graves, e que cerca de 60 pessoas foram detidas.
O presidente da câmara de Saint Louis condenou a violência nas ruas:
“Estes motins mancham a nossa comunidade e fazem-nos regredir na causa da defesa dos direitos cívicos”, afirmou Francis Slay.
Desde esta manhã, que centenas de manifestantes contestam a decisão, de forma pacífica, nos arredores do tribunal de Saint Louis, frente às barreiras policiais instaladas em várias zonas da cidade.
O presidente Barack Obama reconheceu que a situação reflete as divisões raciais no país:
“O problema é mais global e tem a ver com os desafios que enfrentamos como nação. O facto é que continua a existir uma desconfiança profunda entre a polícia e as comunidades de côr. E parte deste sentimento é o legado da discriminação racial neste país e é trágico pois não há ninguém que necessite mais de um bom policiamento do que as comunidades pobres com altos níveis de criminalidade”, afirmou Obama.
Os distúrbios iniciaram-se à porta do tribunal de Saint Louis ontem à noite, pouco depois do grande júri ter rejeitado acusar o polícia suspeito por falta de provas, reconhecendo indiretamente o argumento de que teria agido em legítima defesa.
O secretário da Justiça norte-americano, Eric Holder, lembrou ontem que as autoridades federais abriram um inquérito ao tiroteio, sem avançar uma data para a apresentação das conclusões do mesmo.
Várias manifestações pacíficas contestaram a decisão também em Nova Iorque, Chicago, Seattle, Los Angeles e Washington.