Cubanos no exílio céticos e descontentes com normalização de relações com os EUA

A Comunidade de Estados da América Latina e do Caribe e o bloco de cooperação económica Caricom felicitaram o anúncio histórico da normalização de relações entre os Estados Unidos e Cuba.
Mas o entusiasmo não é unânime entre a comunidade cubana exilada em território norte-americano.
Esperançoso mas cético, o dono de um restaurante nos arredores de Washington que fugiu de Cuba em 1962 explica que o que deseja é “democracia e liberdade para viajar” para os cubanos para que “se não estão contentes, possam partir”.
As intervenções quase simultâneas dos presidentes Raúl Castro e Barack Obama ofereceram uma nova esperança de abertura à população da ilha comunista, mas, nos Estados Unidos, muitos líderes da diáspora cubana opõem-se a reconciliação com o regime castrista.
Mike Gonzales, um conservador de origem cubana e ex-membro da administração Bush, diz que “durante 54 anos, não houve eleições e apenas um presidente com o nome Castro. Por todas estas razões, fico triste com o facto do nosso governo se meter na cama com eles”.
A maioria republicana no Congresso já fez saber que pretende bloquear qualquer avanço significativo, em particular o fim do embargo decretado no início dos anos 60.
O correspondente da euronews, Stefan Grobe, diz que “agora que a comunidade cubana digeriu a decisão de Obama, surgem algumas fissuras, embora exista um apoio maioritário, de 88 por cento, por parte dos jovens norte-americanos de origem cubana. Isso pode dar ao partido [democrata] do presidente uma vantagem estratégica na campanha para as eleições de 2016”.