Na contagem decrescente para a segunda volta das eleições presidenciais, a Tunísia prepara-se para encerrar o capítulo da transição política
Na contagem decrescente para a segunda volta das eleições presidenciais, a Tunísia prepara-se para encerrar o capítulo da transição política despontado com a revolução de 2011.
O presidente cessante Moncef al-Marzouki e o líder do partido anti-islamita, Beji Caid Essebsi, voltam a medir forças este domingo. Mantém-se o suspense, porque apesar do favoritismo de Caid Essebsi, que conseguiu 39,46% dos votos na primeira volta, podem surgir surpresas.
Moncef al-Marzouki obteve 33,43% dos votos na primeira ronda.
Esta é a primeira vez, desde a independência, em 1956, que os tunisinos elegem livremente o chefe de Estado do país.
Durante a campanha, Marzouki, um médico de formação e ativista dos direitos humanos, aproveitou todas as oportunidades para apresentar o rival como uma figura do antigo regime.
O histórico opositor ao regime do chefe de Estado deposto Ben Ali viveu anos no exílio em França. Regressou à Tunísia depois da revolução de 2011 e foi eleito presidente interino pela Assembleia Constituinte.
A segunda volta das presidenciais entre os veteranos é o espelho da polarização profunda da sociedade tunisina entre seculares e islamitas.
Uma divisão que não afetou a realização, no final de outubro, das eleições legislativas e da primeira volta das presidenciais, consideradas transparentes e pluralistas pelos observadores internacionais.
A Tunísia debate-se com problemas de segurança, com a presença de extremistas no território. Recentemente, um grupo de jihadistas ameaçou, através de um vídeo, boicotar as eleições com derrame de sangue. Ao mesmo tempo reivindicou o assassínio em 2013 de dois opositores tunisinos.