Lassana Bathily, de 24 anos, imigrou de uma pequena aldeia do nordeste do Mali, para se juntar ao pai em França, em 2006. No dia 9 de janeiro, chegou
Lassana Bathily, de 24 anos, imigrou de uma pequena aldeia do nordeste do Mali, para se juntar ao pai em França, em 2006.
No dia 9 de janeiro, chegou mais cedo ao minimercado kosher, onde trabalha, para lavar o chão antes da abertura. Às 12.55h quando abria a porta da câmara fria, na cave, ouviu tiros e os gritos do terrorista Amédy Coulibaly, e umas 10 pessoas nas escadas aos gritos. Uma mulher trancou-se na casa de banho e ficou lá até ao fim do sequestro. Lassana fechou seis clientes e um bebé na câmara de congelados e na câmara de frescos, pois eles tiveram medo de ir no monta-cargas para a saída de emergência, mesmo acima do local onde Ammédy estava. Depois, fugiu, explicou à polícia onde os deixou escondidos.
Desde o princípio afirmou que “não escondeu judeus, escondeu ser humanos, porque quando olha para uma pessoa, não vê um ateu, ou um cristão ou um muçulmano; o que sabe diferenciar é uma má pessoa de uma boa. Não poderia ter deixado morrer inocentes…”
Como todos os imigrantes clandestinos, teve de evitar a expulsão, de que escapou em 2009, e só em 2011 conseguiu um visto de estadia para encontrar trabalho. Muçulmano praticante, Lassana sonha ter a nacionalidade francesa. Tinha feito o pedido oficial em julho passado.
Lassana gosto muito do país em que vive: - Gosto muito de França, pois mesmo quando não temos nada, não temos papeis, não temos dinheiro, tratam de nós, francamente, é um belo país. Amo a França.
Tudo apontava para uma espera de anos até conseguir a nacionalidade francesa: os critérios são restritos, têm a ver com a idade, tempo de permanência, integração profissional e outros.
Mas este herói foi agraciado pelo presidente por ter salvo tantas vidas, quando o país estava de luto há já dois dias. Lassana também está de luto: o jovem colega Yohan Cohen, de 20 anos, foi um dos quatro judeus mortos por Amédy Coulibaly.