A maioria dos mercados europeus recuperou do abalo provocado pela vitória do Syriza, nas legislativas gregas. As bolsas tremeram nas primeiras duas
A maioria dos mercados europeus recuperou do abalo provocado pela vitória do Syriza, nas legislativas gregas. As bolsas tremeram nas primeiras duas horas, mas a maioria encerrou em terreno positivo.
O índice PSI 20 arrancou a perder 1,5% mas fechou a ganhar 1,07%. A bolsa russa fechou em queda, mas por outros motivos, e a grega encerrou também no vermelho, recuou 3,2%. Entre os analista há esperança de melhorias mas há também cautela:
“O facto de termos um governo e de, aparentemente, a instabilidade ter acabado são boas notícias. Mas, por outro lado, se a renegociação da dívida continuar, durante um período mais longo que o esperado, os mercados vão vê-lo como um novo risco”, explica Theodore Krintas, analista financeiro do Attica Bank.
O facto do BCE não querer perdoar a dívida grega pode levantar questões mas há quem acredite que isso não põe em causa a zona euro:
“Uma segunda crise do euro, não está em jogo. O enquadramento institucional do euro é muito forte. Também podemos ver isso nos mercados financeiros. Não há perigo de efeitos de contágio. Por isso, podemos estar, relativamente, tranquilos”, adianta Stefan Bielmeier do DZ Bank.
O novo executivo grego, que fez do fim da austeridade uma bandeira, tem um longo caminho pela frente – o país tem uma taxa de desemprego acima de 25% e a dívida pública é o triplo do permitido pelas regras europeias – trás, para já, nova esperança aos gregos:
“Os esforços do Syriza, para acalmar os mercados, parecem ter funcionado. Os investidores continuam cautelosos mas acreditam que há a possibilidade de uma colisão entre o novo governo e a zona euro é praticamente inexistente. Alguns estimam que uma discussão mais ampla, para acabar com as políticas de austeridade, vai começar”, esclarece a jornalista da euronews, em Atenas, Symela Touchtidou.