Enviado especial da euronews à Jordânia testemunha a união do povo jordano na luta contra o ISIL em nome do piloto queimado vivo
A Jordânia declarou guerra ao grupo autoproclamado Estado Islâmico, o EI, conhecido mundialmente pela sigla inglesa ISIL. A pergunta que se impõe é se os jordanos têm condições para concretizar tal decisão no próprio terreno destes radicais islâmicos?
Para responder a esta questão, falámos com o enviado especial da euronews à província de Karak, na Jordânia, onde têm decorrido as cerimónias do simbólico funeral de Muath al-Kasaesbeh, o piloto do F-16 das forças aliadas capturado em dezembro pelo ISIL e executado no início de janeiro, através de uma impressionante imolação pelo fogo.
Sami Fradi, Euronews: Afastado das reações de ira que se sentem nas ruas da Jordânia, quais são as chaves do sucesso de uma intervenção militar contra o ISIL?
Mohmmed SheikhIbrahim: O que temos visto, aqui, é uma grande solidariedade entre os jordanos. Os sentimentos estão à flor da pele depois do trágico fim do piloto jordano, tornado herói e um símbolo na guerra contra o terrorismo. Os jordanos garantem estar unidos para fazer frente a este tipo de organizações, em especial porque esta morte bárbara chocou toda a gente. Acredito que isto vai representar um ponto de viragem. Fontes dos serviços de segurança já confirmaram que a Jordânia vai acentuar os ataques aéreos contra o grupo Estado Islâmico, mas ninguém fala de uma intervenção terrestre.
Quais são os riscos de uma declaração de guerra contra o grupo Estado Islâmico?
Por um lado, há um risco que provém das fronteiras norte e leste da Jordânia. Sobretudo das fronteiras com a Síria e o Iraque, onde os membros do grupo Estado Islâmico estão posicionados. Por outro lado, é provável que existam dentro da Jordânia células adormecidas do grupo Estado Islâmico, que venham a ser financiadas e ajudadas de qualquer maneira por pessoas que simpatizem com este grupo terrorista.