Um mês depois do ataque contra o jornal satírico Charlie Hebdo, a França continua a sarar as feridas do mais sangrento atentado no seu território nos últimos 50 anos.
Um mês depois do ataque contra o jornal satírico Charlie Hebdo, a França continua a sarar as feridas do mais sangrento atentado no seu território nos últimos 50 anos.
A 7 de Janeiro, os irmãos Kouachi, de kalashnikov em punho, irromperam pela redacção do jornal. Foi o primeiro de três dias de horror na região de Paris, que terminaram com a morte de 17 inocentes.
Este sábado, alguns dos que passaram pela cidade luz não deixaram de prestar homenagem às vítimas.
“É um dia para reflectir, para pensar nos que morreram por uma razão estúpida. Um desenho nunca fez mal a ninguém”, afirmou uma francesa.
Mas não foram só franceses a recordar os que pereceram. Um professor italiano trouxe a turma até à porta do jornal. Afirma que vieram “prestar tributo às vítimas mas também à França, que respondeu de uma forma honrada e fascinante aos ataques”. Este docente de filosofia achou importante os “alunos reflectirem sobre estes assuntos”.
Também na Praça da República, no centro da capital francesa, são muitas as homenagens deixadas por quem passa.
Segundo um turista espanhol, “as pessoas em França devem ter ficado muito afectadas com o que se passou há um mês, especialmente porque a França é um país muito tolerante e aberto, com muitas culturas e religiões. Por isso, o que aconteceu deve ter tido um grande impacto nas pessoas”.
A onda de solidariedade com o jornal fez com que já se tenham vendido perto de 8 milhões de exemplares da edição que saiu na semana a seguir ao ataque e a laicidade voltou ao topo das prioridades. 46% dos franceses consideram-na como o mais importante valor republicano, deixando para segundo lugar o sufrágio universal (36%).
Em 2008, na última sondagem do instituto IFOP sobre o tema, o sufrágio universal era o valor republicano mais importante para 41% dos franceses, seguido pela laicidade, com 30%.