Swiss Leaks: Os meandros do escândalo

Dirigentes políticos, membros da realeza de Marrocos e Jordânia, homens de negócios, banqueiros, advogados, atores, celebridades, desportistas: os ficheiros da filial suíça do banco britânico HSBC revelam 106 mil clientes de quase 200 países.
Graças ao segredo bancário helvético, o banco ajudou a fugir ao fisco, mas não só. A longa lista integra nomes de sauditas, suspeitos de financiamento à Al-Qaeda, de traficantes de droga, de armas ou de diamantes, ou de personalidades suspeitas de corrupção nos respetivos países.
Com mais de 11 235, a Suíça é o país com maior número de clientes na lista do HSBC Private Bank. Segue-se França (9 187), Reino Unido (8 844), Brasil (8 667) e Itália (7 499). Portugal é 33° da lista, com 611 clientes, e 45° com um total de 855,8 milhões de euros depositados no banco.
O analista do Baader Bank, Robert Halver, considera que “todas as evasões fiscais, mesmo as antigas, serão um dia reveladas. É assim, a verdade prevalece sempre. Isto mostra claramente que está a ser abordada a questão da evasão fiscal, em qualquer lugar. Haverá mais revelações, mas o tempo está a esgotar-se”.
As informações foram obtidas em 2007, por um ex-funcionário do HSBC, e originaram inquéritos em França e na Bélgica. Terão sido entregues ao Reino Unido em 2010.
A oposição britânica exige respostas, até porque o ex-presidente do HSBC, Stephen Green, foi nomeado secretário de Estado do Comércio.
Pedido de inquérito também na Suíça, cuja imagem sai danificada do escândalo.
O banco reagiu às revelações do “Swiss Leaks”.
O HSBC garante que as informações “fazem parte do passado”. A estratégia foi modificada em 2008 e, desde então a clientela foi drasticamente reduzida. Segundo a agência AFP, o número de clientes baixou 70% desde 2007 e, no final de 2014, os bens depositados no banco atingiam 68 mil milhões de dólares.