Liga Portuguesa, J22: Benfica vence com polémica, FC Porto e Sporting cumprem

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De  Francisco Marques
Liga Portuguesa, J22: Benfica vence com polémica, FC Porto e Sporting cumprem

O Benfica deslocou-se, este fim de semana, a Moreira de Cónegos e voltou para casa com mais três pontos controversos. Os minhotos estiveram a ganhar e sofreram o empate já na segunda parte, num lance “inventado”… pelo árbitro. O FC Porto retomou os dérbis do Bessa a ganhar e o Sporting voltou a jogar em Alvalade, às boas exibições e às vitórias após dois empates. O Guimarães somou a quinta jornada seguida sem ganhar, continua em queda, e o Sporting de Braga é cada vez mais “quarto”. Na cauda da tabela, o Gil Vicente caiu nos lugares de descida.

Resultados da 22.a jornada:
P. Ferreira-Guimarães, 2-2
Sp. Braga-Nacional, 3-1
V. Setúbal-Penafiel, 0-1
Moreirense-Benfica, 1-3
Arouca-Rio Ave, 1-0
Marítimo-Belenenses, 1-2
Estoril-Académica, 1-2
Sporting-Gil Vicente, 2-0
Boavista-FC Porto, 0-2

No Minho, Jorge Jesus surpreendeu e entrou em campo, no sábado, com três portugueses, dois deles, André Almeida e Pizzi, no meio-campo. E mais três no banco. O início revelou a falta de dinâmica que tem sido frequente nos encarnados. O Moreirense percebeu que podia fazer mais e foi subindo de produção até chegar ao golo aos 35 minutos, por João Pedro. Pelo meio, Jonas já tinha acertado no poste, num lance embrulhado na área dos anfitriões.

Após o intervalo, o Benfica entrou a pressionar e o Moreirense a jogar no contra-ataque. Aos 57 minutos, o primeiro caso jogo. Sálvio foge pela direita, perante Elízio, adianta a bola e atira-se para o chão em busca do penálti. O árbitro Jorge Ferreira assinala canto e perdoa o cartão amarelo ao argentino. Na sequência, Pizzi cruza e Luisão empata. Logo depois, após uma jogada disputada a meio campo, sem nada o indicar o árbitro mostra vermelho direto a André Simões. Os treinadores, Jorge Jesus e Miguel Leal, são expulsos dos respetivos bancos.


A pressão do líder intensificou-se e Eliseu confirmou a reviravolta aos 64 minutos, numa insistência a um canto. Marafona – há algumas semanas associado ao Benfica – é mal batido. Parecia tudo resolvido, mas quase de imediato, o mesmo Eliseu derruba Danielson na área do Benfica, atropelando-o de seguida. O árbitro assinala mão do atacante, que tocou com o braço na bola após ser derrubado. Aos 72 minutos, Sálvio cruza da direita, a bola cruza a pequena área até Jonas encostar para o fundo das redes e arrumar com as ambições do Moreirense.

O Benfica ficou com os três pontos, mantém a vantagem para a concorrência, com um FC Porto-Sporting já a seguir. O Moreirense continua em 11.°, ao lado do Estoril.

Nani reencontra-se com os grandes golos

O Sporting recebeu no domingo o Gil Vicente. Os “leões” vinham de dois empates na Liga e uma derrota na Alemanha para a Liga Europa. Marco Silva mexeu no “11”, deixou Montero e Adrien no banco, apostou em Tanaka e André Martins. O médio voltou a desperdiçar a oportunidade, embora revelando a espaços alguns bons pormenores.


Os “leões” entraram a querer pegar no jogo e os “galos” na retranca. Aos 16 minutos, João Mário cai na área e reclama penálti. Mais uma dezena de minutos, Nani isola Carlos Mané, Facchini trava o remate do sportinguista com a primeira grande defesa da noite. Logo a seguir, Tanaka assiste com o peito e João Mário remata para corte oportuno do ex-“leão” Evaldo.

Aos 34 minutos, novo lance polémico. Livre a meio-campo para o Sporting, Yazalde mete-se na frente, William Carvalho tenta marcar, a bola ressalta no gilista, o árbitro deixa seguir e origina um contra-ataque perigosíssimo. Outro ex-sportinguista, Diogo Viana, atira ao lado. Logo depois, João Mário volta a tentar o golo e desta vez é Facchini a brilhar de novo e levar o nulo para o intervalo.

Aos 52 minutos, com Montero e Carrillo prontos para entrar, um canto de Jefferson na direita com desvio de Nani ao primeiro poste permitiu a Tanaka abrir o marcador com a coxa. Quase de imediato, Mané assiste Nani para mais um grande momento do guarda-redes do Gil Vicente. Carrillo trocou com Mané, e o “77” proporciona nova defesa a Facchini num livre e depois entrou Ryan Gauld por André Martins.


Aos 68 minutos, o momento do jogo: Nani trabalha na meia direita e, de pé esquerdo, dispara fortíssimo, de bem longe, sem hipóteses para Facchini. O “leão” chora nos festejos do quarto golo na Liga (nono da época) e abre mistério sobre os reais motivos das lágrimas. Com o triunfo praticamente assegurado, Nani saiu para os aplausos, Marco Silva poupou Montero e meteu Capel no jogo. O espanhol voltou a confirmar que “já não é” desta equipa e voltou a estar deslocado do jogo.


Vitória indiscutível (os visitantes apenas tiveram uma oportunidade) do Sporting, que segura os cinco pontos de desvantagem para o FC Porto e nove para o líder.

Lopetegui aposta em 4 portugueses

O Bessa voltou, segunda-feira, a ser palco de um dérbi da Invicta quase sete anos depois. A 1 de março de 2008, ficou a zeros. Desta vez, sorriu ao FC Porto mais português deste campeonato. Com Danilo e Casemiro (mais Alex Sandro) a cumprirem castigo, já se esperavam Ricardo e Ruben Neves no “11” com Quaresma, mas Julen Lopetegui apostou também em Hernâni, recém-contratado ao Guimarães.

Começou melhor o vice-campeão. O Boavista fechou-se como pôde à espera de abertas para contra-atacar. Mas o tempo esteve nublado para a formação orientada por Petit. O intervalo chegou, aliás, com um falhanço pouco habitual de Jackson Martinez na cara do guarda-redes, Mika. OS “dragões” vão para o descanso a queixar-se de uma alegada grande penalidade sobre Hernâni ao quarto de hora de jogo.

O jogo recomeça com o FC Porto a intensificar a pressão e Quaresma a pisar de forma involuntária mas impressionante a mão de Afonso Figueiredo. Aos 64 minutos, Jackson Martinez tem uma entrada arrepiante sobre um adversário nas barbas do árbitro, que poupa o colombiano ao cartão vermelho que o tiraria da receção ao Sporting. O Boavista não passava do meio-campo. Petit apostou em Uchebo para o ataque; Lopetegui trocou Hernâni por Tello. O nigeriano não demorou mostrou muito a mostrar-se no ataque axadrezado.


Quintero cede o lugar a Brahimi e os “dragões” retomam o assalto à “caixa forte” de Mika. São premiados, aos 80 minutos. Jogada de Tello, cruzamento da esquerda, Jackson desvia para a baliza de forma atabalhoada, o suficiente para abrir o marcador. Petit mete Pouga no jogo, Lopetegui reforça o miolo com Evandro. À beira dos “90”, arrumam com o jogo, num remate à entrada da área de Brahimi. Os três pontos permitem continuar a quatro pontos do Benfica e manter a cinco o próximo adversário, o Sporting.

Guimarães em queda livre e Académica a respirar

A jornada abriu sexta-feira com a visita do Guimarães a Paços de Ferreira. A equipa de Rui Vitória confirma a baixa de forma após o impacto do mercado de inverno, que levou da Cidade Berço o melhor jogador da equipa, Hernâni. Aos 18 minutos, Bruno Moreira adiantou os “castores”. Dez minutos volvidos, o belga de origem costa-marfinense Bouba Saré empatou.

Na segunda parte, com o jogo equilibrado, o empate desfez-se com mais um penálti cobrado por André André, o melhor marcador português da Liga, com 11 golos (oito de grande penalidade). Aos 87 minutos, o suplente Edson “Paraíba” Farias, entrado a meio da segunda parte, voltou a empatar o jogo. Um ponto para cada lado, que no caso dos vimaranenses significou a quinta jornada sem vencer e o afastamento do quarto lugar, com o Belenenses, sexto, agora mais perto.

Em Braga, no sábado, o Nacional até saiu na frente, com um grande golo de Tiago Rodrigues. A reviravolta deu-se na segunda parte. Primeiro, num livre de muito longe de Pedro Santos, bombeado para a área, ninguém toca e a bola acaba no fundo da baliza de Rui Silva. Quase de imediato, Ruben Micael, numa recarga, coloca o Braga por cima no marcador. Rui Correia foi expulso nos insulares e, ainda antes dos 60 minutos, de livre direto, Salvador Agra fixa o 3-1 final.

No Bonfim, o Vitória continua sem se encontrar. Segunda derrota seguida, quarto jogo sem ganhar e a linha de água ali tão perto da equipa agora orientada por Bruno Ribeiro. O carrasco, desta feita, até foi o “lanterna vermelha” Penafiel. Um golo de Guedes, aos 58 minutos, decidiu o jogo.

O Arouca recebeu o Rio Ave. A equipa de Pedro Emanuel apostou na anulação dos trunfos rivais e teve ainda a sorte de marcar logo aos 10 minutos por Vuletich. Hassan, isolou, desperdiçou o empate ao cair do pano. O Arouca afastou-se dos lugares de descida; os vila-condenses somam o terceiro jogo sem ganhar e afastam-se da disputa pela Europa.

No Funchal, Abel Camará lançou o Belenenses no jogo, com um golo aos 26 minutos. Edgar Costa empatou pouco depois, de livre. Sobre o intervalo, Ebinho acertou no poste da baliza “azul”. O intervalo fez bem ao Belenenses. Sobre os “90”, o guarda-redes da casa cometeu penálti e foi incapaz de parar o remate de Pelé. O Belenenses fica a três pontos do Guimarães e na próxima ronda recebe o Paços.

O Estoril-Académica, por fim, revelou nova surpresa. Os “estudantes” estavam abaixo da linha e há 15 jornadas que não ganhavam. Os “canários” perdiam há três jogos, é certo, mas não se antevia novo desfecho negativo, em casa e diante de uma equipa que acabava de despedir o treinador e era orientada por um técnico interino (José Viterbo). Mas deu-se.

O Estoril entrou bem, a Académica marcou, por Marinho, aos 9 minutos. Na segunda parte, de penálti, Rui Pedro adiantou os “estudantes”. O Estoril, o melhor que conseguiu foi reduzir, aos 85 minutos, por Bonatini. Sem treinador, a Académica venceu pela segunda vez no campeonato e deixou os lugares de descida.

Próxima jornada, J23:
V. Guimarães-Marítimo (sexta-feira)
Gil Vicente-Boavista (sábado)
Nacional-V. Setúbal
Benfica-Estoril
Rio Ave-Sp. Braga
Académica-Arouca (domingo)
Penafiel-Moreirense
FC Porto-Sporting
Belenenses-P.Ferreira (segunda-feira)