Nova proposta de lei sobre a eutanásia prevê o direito a uma "sedação profunda e contínua".
"O governo deveria agir criando um plano para a criação de unidades de tratamento paliativo" - Philippe Gosselin, da UMP.
Em França, a Assembleia Nacional iniciou esta terça-feira o debate sobre a nova lei da eutanásia.
O debate foi acompanhado por manifestações à porta da Assembleia.
De um lado os opositores da eutanásia pretendem ver reforçados os cuidados paliativos; do outro, os defensores da prática defendem o direito a uma morte com dignidade.
A proposta de lei, elaborada em conjunto pelo PS e UMP, propõe o direito a uma “sedação profunda e contínua” até à morte nos casos de doenças incuráveis.
“Eu gostaria de ver toda a gente de acordo e uma vez tomada uma decisão, o governo deveria agir criando um plano para a criação de unidades de tratamento paliativo”, adianta Philippe Gosselin, da UMP.
Para os socialistas, no poder, é necessário colocar o doente no centro do debate.
“Não se dá a devida importância ao pedido da pessoa cuja vida está em risco. Em segundo lugar, não estamos a proporcionar uma verdadeira escolha”, afirma Jean-Louis Touraine.
A lei da eutanásia foi, a par com a lei do casamento homossexual, umas das promessas eleitorais de François Hollande.Para além do direito à sedação profunda e contínua para os doentes em fase terminal, a nova proposta prevê a obrigatoriedade de se respeitarem os desejos antecipados do paciente nos casos em que este já não possa expressar a sua vontade livremente.
Um dos aspetos mais controversos da nova proposta de lei diz respeito à obrigatoriedade de manter a nutrição e hidratação do paciente, mesmo nos casos de sedação profunda.
Os opositores da eutanásia afirmam que os pacientes acabam por morrer de fome e sede, um sofrimento que consideram desnecessário.