Ucrânia: Incêndio próximo de Chernobyl ameaça libertar radioatividade

Ucrânia: Incêndio próximo de Chernobyl ameaça libertar radioatividade
De  Francisco Marques com Lusa, Reuters
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O maior incêndio florestal na Ucrânia desde 1992 está a aproximar-se da antiga central nuclear de Chernobyl, que há exatamente 29 anos foi palco de

O maior incêndio florestal na Ucrânia desde 1992 está a aproximar-se da antiga central nuclear de Chernobyl, que há exatamente 29 anos foi palco de um dos maiores desastres ambientais e humanitários do Mundo. Há suspeitas de que na origem deste fogo esteja mão criminosa.

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Arsenyi Iatseniuk deslocou-se à região para verificar a situação. Depois de o ministro do Interior se ter mostrado um pouco alarmado com o avançar das chamas empurradas pelo vento, o primeiro-ministro ucraniano revelou-se mais otimista quanto ao controlo do fogo.

“Os nossos serviços de emergência nacionais estão a trabalhar muito para localizar todas as frentes do incêndio. Três aviões, um helicóptero e vários veículos foram mobilizados. Várias corporações, incluindo as que foram enviadas pelo Ministério do Interior, estão a trabalhar para impedir a propagação do fogo”, afirmou Iatseniuk.

Apesar de estar a aproximar-se das ruínas de Chernobyl, o perigo não está na antiga central, ainda a cerca de 20 quilómetros do fogo, mas sim no local onde foram soterrados despojos nucleares, que dista apenas cinco quilómetros da frente de incêndio, e cuja radioatividade pode ser libertada pelo incêndio. Ainda assim, o fogo está já no interior do perímetro de exclusão de 30 quilómetros ao redor da central.

A tragédia ambiental em curso, com a destruição pelo fogo de uma vasta área de pinhal e de variadas espécies animais que ali habitam — como a agora célebre “raposa das sandes” (ver vídeo abaixo) — pode ser, por isso, agravada se os despojos nucleares forem atingidos pelas chamas.

Em fevereiro, por fim, alguns especialistas internacionais avisaram para a presença de isótopos radioativos nas florestas vizinhas de Chernobyl e que poderiam ser espalhados se acontecesse, por exemplo, um incêndio na zona. “Os incêndios representam um grande risco para redistribuir a radioatividade”, lia-se num “artigo publicado em fevereiro na página de internet Ecological Monographs”: http://www.esajournals.org/doi/abs/10.1890/14-1227.1 intitulado “A evolução do fogo nas florestas radioativas da Ucrânia e da Bielorrússia: os riscos no futuro para a população e o ambiente.”

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