Paquistão: Atacantes de Malala Yousafzai condenados a prisão perpétua

Paquistão: Atacantes de Malala Yousafzai condenados a prisão perpétua
Direitos de autor 
De  Francisco Marques com Lusa, Reuters
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

O ataque à mais jovem Nobel da Paz de sempre aconteceu há dois anos e meio. Dez suspeitos foram detidos em setembro e agora condenados

PUBLICIDADE

Dez homens envolvidos na tentativa de assassinato da agora Prémio Nobel da Paz Malala Yousafzai foram condenados a prisão perpétua, esta quinta-feira, no Paquistão, por um tribunal da cidade de Mingora, no noroeste do país. A pena de prisão perpétua, ainda assim, corresponde no Paquistão a um mínimo de 25 anos de prisão.

A 09 de outubro de 2012, tinha Malala 15 anos, um grupo de militantes talibãs entrou num autocarro escolar, na cidade de Mingora, no vale de Swat. Entre as raparigas que seguiam no veículo, estava Malala. Era ela o alvo. Tudo por causa de um blogue que a própria criou no início de 2009 e onde, entre outros temas, reclamava por mais educação para as raparigas paquistanesas, algo que os talibãs procuravam limitar aos mínimos.

Paquistão condena 10 homens à prisão perpétua por ataque à menina Malala http://t.co/fc2D7HEt2x#G1pic.twitter.com/S8sNRKxFMK

— G1 (@g1) 30 abril 2015

Depois de identificada, Malala foi atingida com um único tiro na cabeça. Ficou entre a vida e a morte, mas sobreviveu. Com marcas para sempre. Duas outras raparigas ficaram feridas, mas sem gravidade. Poucos meses depois, em março, após uma longa recuperação e várias operações, Malala pôde voltar à escola. Em Birmingham, no Reino Unido.

A 12 de julho — nove meses após o atentado contra a sua vida — Malala foi a Nova Iorque e discursou perante os representantes das Nações Unidas (ONU). Um discurso que emocionou o mundo. “Deixem-nos pegar nos nossos livros e nas nossas canetas. Estas são as nossas mais poderosas armas. Um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo”, afirmou Malala.

Toda a plateia na assembleia da ONU se levantou e apludiu de pé a corajosa ativista, ainda adolescente. O Mundo também. Em 2014, exatamente dois anos e um dia depois de ter sido alvejada na cabeça por defender mais educação, o nome de Malala foi anunciado para receber o Prémio Nobel da Paz.

If ALL girls had #12years of school, great things would happen http://t.co/keFshrCg42 World leaders, #vote4education! pic.twitter.com/OFxgSZjHey

— Malala Fund (@MalalaFund) 29 abril 2015

Com 17 anos, é o mais jovem Nobel da Paz de sempre e continuar a defender o direito das mulheres a uma melhor educação. Recentemente, Malala criticou o Governo da Nigéria e a comunidade internacional pela passividade nos esforços de conseguirem encontrar e libertar as mais de 200 raparigas raptadas no ano passado pelos “jihadistas” do Boko Haram.

Dos homens que atacaram, o exército paquistanês anunciou em setembro passado a detenção de 10 de uma fação denominada “Shura”, que teriam estado envolvidos no ataque e que acabaram, esta quinta-feira, condenados. O homem que fuzilou à queima-roupa Malala foi identificado como Ataullah Khan e terá fugido para o Afeganistão. Todos estariam às ordens de Mullah Fazlullah, o líder dos talibãs paquistaneses, que também terá fugido para o Afeganistão.

Pakistan: a court jailed 10 men for 25 years each for involvement in the 2012 shooting of Malala Yousafzai (Reuters) pic.twitter.com/dao2AQBTOp— euronews (@euronews) 30 abril 2015

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Malala conclui visita ao país natal

Regresso forçado de milhares de afegãos satura fronteira com o Paquistão

Mais de 165 mil afegãos obrigados a abandonar o Paquistão