Produtores de trigo precisam de chuva na Rússia

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De  Maria Joao Carvalho
Produtores de trigo precisam de chuva na Rússia

Na região russa de Rostov, os produtores de trigo cruzam os dedos para que a chuva regue os campos nos próximos dias.
Se água não cair do céu, os produtores podem perder entre 5 a 20% da colheita. A região conhece, este ano, uma importante crise hídrica, como explica um responsável da exploração agrícola, Roman Bondarev, chefe de operações da RZ Agro : – As condições meteorológicas são difíceis para nós desde o outono. Há uma flagrante falta de humidade. No início de abril, registaram-se chuvas que aumentaram a humidade do solo, o que permitiu que o trigo se desenvolvesse e chegasse ao estágio de crescimento que agora se observa.

Mas, em maio, o calor instalou-se, com temperaturas frequentes até 34° C, na região de Rostov e também na de Krasnodar, mais a sul.

Rostov, Krasnodar e Volgograd são as três regiões russas que exportam trigo para os mercados mundiais. Exportam para África do Norte e Médio Oriente através do Mar Negro.

Os produtores de trigo estão ainda preocupados coma queda do rublo, a moeda russa, face ao dólar, em 2014. Se por um lado, isso favorece a exportação de cereais, por outro lado, aumenta as despesas com o equipamento.

Andreii Shiray, directeur de Donskoye :

- Antes de 2011, tínhamos apenas máquinas de fabrico russo. Depois tivémos que nos fornecer no estrangeiro. Porquê? Os veículos são mais potentes. Também nos ajudam a economizar em combustível, lubrificantes e peças de manutenção.

Este ano a precipitação foi inferior à média dos últimos 15 anos. Com 20 mm a mais o rendimento pode ser máximo e chegar às 2,5 toneladas por hectare.
Nos mercados internationais esta fragilidade e incerteza provocam uma ligeira alta nos preços por alqueire de trigo. Nos Estados Unidos a situação não é muito melhor.