NATO apoia ofensiva turca mas com reservas sobre ataques a PKK

A NATO manifestou ontem o seu apoio à ofensiva antiterrorista lançada pela Turquia, após uma reunião de emergência em Bruxelas, convocada por Ancara.
Os membros da Aliança Atlântica reconheceram o direito do país a defender-se do grupo Estado Islâmico, depois de 10 meses de hesitação de Ancara em aliar-se à coligação militar internacional.
A operação contra os separatistas do PKK suscitou no entanto reservas de países como Holanda e Alemanha que querem que a Turquia prossiga o processo de paz com o PKK.
No sul da Turquia, em Diarbakir, em plena região curda, onde centenas de alegados apoiantes do PKK foram detidos nos últimos dias, os habitantes mostram-se céticos.
“Esta reunião da NATO não significa nada para esta região. As pessoas vão continuar a morrer, os civis vão ser assassinados. Se as operações militares continuarem, haverá civis torturados e esta região vai sofrer ainda mais quando precisa de paz e não de guerra”.
“Não penso que estas operações sejam positivas para a Turquia. E não penso que a NATO possa trazer paz e prosperidade ao apoiar a posição do governo turco. Se a solução fosse apenas militar então já teríamos paz e prosperidade hà muito”.
O presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker, apelou ontem igualmente a uma resposta mais proporcionada por parte de Ancara.
Mesmo que o PKK permaneça na lista de grupos terroristas de vários países, as milícias curdas representam atualmente um dos mais ativos aliados ocidentais na luta contra os islamitas na Síria.