Se houvesse menos carros, o que faríamos com tanto espaço? Há quem pense nisso

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O automóvel continua a ser rei na capital da Estónia, mas, na Bienal de Arquitetura de Talim, dezenas de arquitetos do mundo inteiro foram convidados

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O automóvel continua a ser rei na capital da Estónia, mas, na Bienal de Arquitetura de Talim, dezenas de arquitetos do mundo inteiro foram convidados a imaginar novas perspetivas para uma cidade com 400 mil habitantes e séculos de história.

“No cruzamento mais congestionado de Talim, os desafios do planeamento urbano estão à vista. Há ruído, betão e carros a mais. E se imaginássemos este cruzamento no futuro? É uma das questões colocadas pela Bienal de Arquitetura de Talim que tem como tema as cidades auto-conduzidas”, contou a repórter da euronews, Anja Bencze.

A artéria central da capital da Estónia já foi remodelada várias vezes nos últimos cem anos. Mais uma vez volta a estar no centro das atenções com um concurso lançado pela Bienal de Arquitetura de Talim. 23 propostas de 14 países tentaram imaginar o espaço público numa cidade sem carros.

“Os vencedores do concurso vêm da Dinamarca e de França. Eles resolveram todos os problemas com os edíficios nesta área, a questão dos automóveis e dos peões. Eles propõem algo novo para Talin”, disse o arquiteto estónio Ott Alver, um dos organizadores do concurso.

Um dos temas da Bienal é o impacto das mudanças tecnológicas nos modos de vida. O arquiteto e urbanista Marten Kaevats, especialista em estilos de vida alternativos, acredita que é possível criar modos de vida sustentáveis.

“Graças aos automóveis auto-conduzidos é possível ter dez vezes menos carros nas cidades: uma mudança radical que reduzirá os engarrafamentos. Se tivermos menos carros e um uso mais eficiente do automóvel o que vamos fazer com o espaço disponível? Vai haver muito espaço disponível. Os arquitetos e os arquitetos paisagistas têm de começar a criar novas ferramentas”, considerou Marten Kaevats.

Dez gabinetes de arquitetura de vários países foram convidados a construir protótipos que recorrem à tecnologia para criar os objetos e as formas do futuro. A exposição intitula-se “Body Building” e joga com as noções de corpo e construção.

A exposição está organizada em torno de duas extremidades opostas. A ideia de construção evoca edifícios com ângulos retos, betão e vidro enquanto a ideia de corpo faz pensar em algo orgânico, auto-regulado e adaptável, com um sistema”, afirmou Siim Tuksam, um dos comissários da exposição.

“Tentámos trabalhar essa ideia ao nível do espaço. Situámos os objetos no espaço, de uma extremidade para a outra”, disse Sille Pihlak, co-comissária da iniciativa.

O projeto “Protótipos comportamentais” explora o chamado design generativo, um método baseado no uso de algoritmos.

Graças aos computadores é possível desenvolver objetos complexos inspirados na biologia.

“Uma grande parte do nosso trabalho de design recorre aos algoritmos. Em vez de desenhar diretamente um edifício, queremos perceber quais são as condições que permitem que algo seja criado. Muitos dos algoritmos que usamos provêm dos enxames, dos bandos de pássaros e dos cardumes. Graças à interação entre vários elementos simples emergem comportamentos complexos. Queremos aplicar este tipo de raciocínio à arquitetura”, considerou o arquiteto Roland Snooks.

A Bienal de Arquitetura de Talin pensou em tudo mesmo num mundo sem arquitetos… Um projeto da Letónia propõe um sistema virtual para que cada um possa projetar e imprimir a sua própria casa.

A Bienal de Arquitetura de Talin, na Estónia, pode ser visitada até 14 de outubro.

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