Turquia: Milhares recordam vítimas do atentado de ontem em Ancara

Turquia: Milhares recordam vítimas do atentado de ontem em Ancara
De  Euronews

Centenas de pessoas concentraram-se, este domingo, no centro de Ancara e em várias cidades da Turquia, para recordar as vítimas do pior atentado

Centenas de pessoas concentraram-se, este domingo, no centro de Ancara e em várias cidades da Turquia, para recordar as vítimas do pior atentado bombista registado no país, no sábado.

Uma cerimónia espontânea, abalada durante alguns minutos, na capital, pela decisão da polícia de não deixar a multidão aceder ao local onde duas explosões tinham morto cerca de uma centenas de pessoas, ferindo mais de 240 no sábado.

O líder do partido pró-curdo HDP, Selahattin Demirtas, participou na cerimónia, voltando a apontar responsabilidades ao governo turco, quando a ação de ontem vitimou também vários militantes da formação.

Um dia depois das autoridades turcas terem evocado um atentado suicida, a ação continua sem ser reivindicada, quando a investigação prossegue.

Esta manhã, os residentes de Ancara não escondiam a emoção:

“Eu chorei quando vi as notícias. É uma situação muito triste e brutal que não é diferente do que se passa no Iraque ou na Síria”.

“O nosso povo e a nossa nação não merecem isto. Não devemos deixar que os que querem destruir a nossa paz e unidade consigam cumprir os seus objetivos. Devemos manter a solidariedade, em especial, neste momento”.

“Poderia ter sido eu ou um membro da minha família. As pessoas podem exprimir-se de outra forma que não seja através do derramamento de sange”.

O duplo ataque tinha visado uma manifestação de vários partidos de esquerda, para apelar à paz no conflito que opõe os separatistas curdos do PKK ao governo turco, a semanas das próximas legislativas.

O duplo atentado, condenado pela comunidade internacional, levou o PKK a anunciar ontem uma suspensão das operações até às eleições de 1 de novembro.

Fontes do governo turco, citadas pelas agências de notícias internacionais, rejeitavam hoje a possibilidade de adiar o sufrágio.

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