Migração: Alemanha opõe-se à Áustria e chegadas à Grécia aumentam 2100 por cento

Migração: Alemanha opõe-se à Áustria e chegadas à Grécia aumentam 2100 por cento
De  Francisco Marques  com Reuters, IOM

A Alemanha está contra a decisão da vizinha Áustria em limitar o número de pedidos de asilo permitidos este ano aos 37.500, num total de 127.500 até

A Alemanha está contra a decisão da vizinha Áustria em limitar o número de pedidos de asilo permitidos este ano aos 37.500, num total de 127.500 até ao final de 2019. Os responsáveis germânicos consideram que a decisão austríaca não ajuda aos esforços em negociar uma abrangente solução europeia com apoio da Turquia, por onde a maioria dos migrantes passa rumo à União Europeia.

Presente numa cimeira da União Social-Cristã (CSU), na Baviera, a chanceler Angela Merkel defendeu a importância do diálogo entre todos os países europeus afetados pela crise de refugiados mesmo que não se concorde com tudo o que está ser feito.

(PM da Sérvia: “Fechar as fronteiras não é a melhor solução,
mas a UE ainda não apresentou uma solução clara para os migrantes.”)

Em Davos, na Suíça, o vice-chanceler alertou para o impacto na Europa de um eventual encerramento das fronteiras na chamada rota de migração dos Balcãs.

“Partir para o fecho das fronteiras da Europa seria uma catástrofe económica. Estamos aqui no Fórum Económico Mundial e seria fácil calcular o desemprego que iria gerar o regresso às fronteiras fechadas”, afirmou Sigmar Gabriel, considerando, ainda assim, o retomar do controlo da fronteira com a Eslovénia como “um grito de ajuda da Áustria para a Europa”. “É mais do que justificado”, assumiu.

(Joachim Glauck: “Proteger as fronteriras externas da Europa não pode resultar em fecharmo-nos por completo.”)

Há mais migrantes a fazerem-se ao mar

Alheios ao que se passa no coração da Europa, os migrantes e refugiados continuam a fazer-se ao mar em largos números rumo à União Europeia. Esta quarta-feira à noite, recebemos imagens de mais um grupo a desembarcar na ilha grega de Quios, uma escala privilegiada pelos migrantes e refugiados oriundos do Médio Oriente, a pouco mais de 14 milhas da Turquia, e por onde, no ano passado, terão passado cerca de 120 mil pessoas atrás do sonho de uma vida melhor e em segurança.

De acordo com a Organização Internacional para a Migração (IOM), só este ano, nos primeiros 17 dias de janeiro, já chegaram à Grécia, através do mar, 31.244 migrantes e refugiados, o que representa um impressionante aumento homólogo de mais de 2100 por cento face às 1472 chegadas registadas pela guarda costeira grega em janeiro do ano passado.

(Enfrentar arame farpado, fronteiras fechadas, condições inumanas de receção: Relatório.
Em 2015, a Europa recebeu mais de um milhão de pessoas com arame farpado. Em 2016, isto tem de mudar.)

Notícias relacionadas