Partido de Aung San Suu Kyi assume controlo do Parlamento na Birmânia

A Birmânia iniciou uma numa nova era esta segunda-feira, com a entrada em funções do Parlamento dominado pelo partido de Aung San Suu Kyi, que vai formar o primeiro governo saído de eleições livres, depois de quase meio século de regime militar.
Graças às regras inscritas na Constituição ainda antes do processo de transição política, a antiga junta mantém o controlo de um quarto dos assentos da assembleia, o que permite nomeadamente ao Exército controlar pastas-chave, como a Defesa, o Interior e as Fronteiras.
Uma das primeiras missões do Parlamento, será eleger um novo presidente para o país.
A Liga Nacional para a Democracia controla uma larga maioria de 390 assentos. Um deputado do partido de Aung San Suu Kyi diz que “é como um sonho, estar no Parlamento, Ninguém pensava que um dia a Liga formaria um governo. Surpreendeu não só a Birmânia, como todo o mundo”.
A ex-líder da oposição, agora confortavelmente instalada nas novas funções de chefe da maioria parlamentar, não pode no entanto apresentar-se como candidata à presidência, devido a um artigo da Constituição – que muitos dizem ter sido feito por medida pela antiga junta – que impede o acesso à chefia de Estado a pessoas com filhos de nacionalidade estrangeira.