Partido de Merkel quer impedir refugiados de tocar salário mínimo

Os democratas-cristãos alemães querem impedir os refugiados de aceder ao salário mínimo durante meio ano.
A controversa proposta apresentada pelo partido de Angela Merkel (CDU) e justificada com a necessidade de integrar os migrantes no mercado de trabalho é contestada pelo SPD, Partido Social Democrata, parceiro de coligação.
A introdução do salário mínimo na Alemanha foi o cavalo de batalha do SPD durante a campanha para as legislativas de 2013 e trabalhar no país por menos de 8,5 euros, por hora, passou a ser ilegal a partir de 2015.
Katarina Barley, secretária-geral do SPD diz que o partido não vai permitir cortes no salário mínimo para os refugiados, pessoas que já enfrentam dificuldades para encontrar trabalho.
Já a CDU diz que a medida poderia encorajar os empresários a contratar refugiados. A proposta vai ao encontro de uma das recomendações feitas pelo Fundo Monetário Internacional, há menos de um mês, e que incentivava ao tratamento diferenciado entre refugiados e cidadãos europeus.
Um refugiado sírio a viver na Alemanha diz ter conhecido pessoas simpáticas e que está a trabalhar não pelo dinheiro que recebe, mas para mostrar que os refugiados são bons profissionais nas mais diversas áreas. Acrescenta que é importante mudar a forma como as pessoas olham para os refugiados.
Em 2015, a Alemanha recebeu mais de um milhão de migrantes e o número de requerentes de asilo não para de aumentar. Mas a política de acolhimento está a dividir o poder político e a sociedade alemã.
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— OECD Statistik (@OECDStatistik) 15. Februar 2016