A Hungria recorre a uma nova estratégia para contestar o plano europeu de repartição de refugiados.
O primeiro-ministro Viktor Orban, que tinha já rejeitado a quota de 2.300 migrantes atribuída ao país, anunciou que vai convocar um referendo à decisão de Bruxelas.
A consulta popular, para já sem data marcada, foi submetida pelo chefe de governo à comissão eleitoral húngara.
“Nós os húngaros, estamos convencidos de que esta decisão do governo reflete o sentimento da população, pensamos que a introdução destas quotas de distribuição de migrantes representa um abuso de poder, sem o apoio do povo”, afirmou Viktor Orban.
A Hungria volta assim a destoar de Bruxelas, depois de ter sido, em setembro, o primeiro país a encerrar as fronteiras a milhares de refugiados.
Budapeste, como a maioria dos países do leste da Europa, defendem mais controlos fronteiriços, opondo-se ao plano de distribuição de 160 mil migrantes pelos estados-membros da UE.
Órban, que tinha submetido uma queixa à justiça europeia sobre o plano, em Dezembro, sublinhou que, “quem votar NÃO no referendo vai estar a votar pela independência da Hungria”.
O anúncio coincide com um aumento da pressão migratória na fronteira entre a Hungria, a Sérvia e a Croácia. Segundo as autoridades húngaras cerca de 500 migrantes teriam sido detidos desde sexta-feira, depois de cruzarem ilegalmente a fronteira.