ONU defende trégua na Síria por entre denúncias de violação do cessar-fogo

A oposição síria denuncia uma trégua “nula” no terreno, três dias após o início do cessar-fogo acordado por Estados Unidos e Rússia.
O grupo responsável por coordenar a trégua reuniu-se esta tarde em Genebra para analisar as denúncias de novos ataques do regime contra a oposição durante o fim de semana.
No terreno, as tropas russas distribuiram hoje ajuda humanitárias a várias localidades na província de Latakia, o bastião de Bashar Al-Assad.
A ONU, que afirma que a trégua está a ser respeitada, “de forma geral”, espera poder distribuir mantimentos a mais de 154 mil pessoas em localidades sitiadas, nos próximos cinco dias.
O enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Stefan de Mistura, anunciou que as negociações de paz poderão ser retomadas já no dia 7, em Genebra, se o acordo for respeitado.
“Estamos a trabalhar para esse objetivo, mas tudo depende do respeito do cessar-fogo e da entrega de ajuda humanitária.”(…)“Não precisamos de enviar convites, basta apenas fixar uma data e comunicá-la a todos os participantes”, afirmou De Mistura.
A ONU espera agora que a trégua dure mais do que o teste de duas semanas, quando mais de 450 mil pessoas estarão encurradas pelo conflito em várias povoações da Síria.
A França convocou esta segunda-feira uma reunião de urgência para analisar as denúncias de violações de cessar-fogo.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos confirmou uma diminuição do número de vítimas, de uma média de 180 mortos diários, para apenas 20, no domingo.
De visita à Costa do Marfim, o presidente turco, Recep Erdogan, afirmou que o cessar-fogo só cobre atualmente um terço do país, tendo apelado à expansão da trégua no terreno. Ancara teria, ao mesmo tempo, voltado a bombardear posições do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, esta segunda-feira, segundo a imprensa turca.
O cessar-fogo em vigor na Síria desde sábado não abarca nem o EI nem os grupos próximos da Al-Qaida como a Frente Al-Nusra.