As ruas de Paris encheram-se de manifestantes que pedem o recuo dos planos do Presidente François Hollande de reformar a lei laboral de 35 horas
As ruas de Paris encheram-se de manifestantes que pedem o recuo dos planos do Presidente François Hollande de reformar a lei laboral de 35 horas semanais.
#greve9mars Lycée Rodin 75013 Sous une pluie battante et glaciale, les grévistes les + déterminés pic.twitter.com/BAYUWxlHrc
— Luc Cédelle (@LCedelle) March 9, 2016
Os protestos coincidiram com uma greve da operadora nacional de caminhos de ferro, que esteve com serviços reduzidos em todo o país, mas sem afectação dos serviços locais.
Grève du 09/03: info trafic, modalités échange/remboursement sur https://t.co/tupYrBAX9M ou https://t.co/e2VaaSqWLtpic.twitter.com/wohmFHCt6C
— SNCF (@SNCF) March 8, 2016
Sindicatos e estudantes tomaram posição conjunta sobre o projecto lei que, segundo a ministra do trabalho, Myriam El Khomri, visa criar mais emprego, com a França a cifrar a taxa de desemprego acima dos 10%, mas divide os próprios socialistas.
“Nós queremos a retirada completa deste projecto lei, para que possamos começar com uma lei que proteja os trabalhadores”, declarava Philippe Martinez, secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho durante o protesto.
A contestada reforma da lei laboral francesa põe em causa quase todos os aspectos das estritas regras de trabalho francesas ao deixá-las abertas para negociação.
Tudo, desde o máximo de horas de trabalho até férias e pagamento em pausas de descanso estaria aberto a escrutínio, numa tentativa de libertação das empresas, mas o foco maior incide em planos para limitar o custo de despedimento de trabalhadores.
Governo e empresários defendem que a reforma incentiva as empresas a contratar mais pessoas a contrato permanente em vez de temporário, o que favoreceria os jovens em particular, mas os sindicatos e algumas vozes do Partido Socialista, em funções governativas, veem nela uma ameaça indevida à segurança laboral.
Apesar de a semana laboral continuar nas actuais 35 horas, sindicatos e empregadores teriam a possibilidade de negociar internamente para espalhar a carga horária por três anos, aumentando-a para um máximo de 46 horas durante 16 semanas consecutivas.
O primeiro ministro Manuel Valls adiou já a apresentação das alterações aos ministros por duas semanas, num sinal de que talvez o Governo reconsidere.
O Governo está ainda em conversações com os sindicatos na esperança de que os mais moderados aprovem as medidas, evitando uma frente comum anti-governamental.