Atentado de Lahore: o que há por trás da violência?

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Agora que as famílias das vítimas do atentado de Lahore enterram os seus mortos e que os talibãs reivindicaram este ataque, tal como os últimos no

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Agora que as famílias das vítimas do atentado de Lahore enterram os seus mortos e que os talibãs reivindicaram este ataque, tal como os últimos no Paquistão, levantam-se as questões.
Que fazem os talibãs no Paquistão, os mesmos talibãs do Afeganistão e por que visam eles os cristãos?

É uma minoria visada por ataques violentos nos últimos tempos.
Visada na intenção, ainda que o atentado de Lahore tenha feito muitos mortos nas fileiras muçulmanas.
Uma lei paquistanesa contra a blasfémia, que remonta há 30 anos, é frequentemente usada como pretexto.

Pakistan blast kills 56, injures hundreds in Lahore: officials https://t.co/e1u6DLjwcn#LahoreBlastpic.twitter.com/WifjyCxCCD

— AFP news agency (@AFP) March 27, 2016

Antes da divisão do país, em 1947, as minorias eram 15% da população paquistanesa. Agora não são mais do que 4 por cento.
A população é quase esmagadoramente muçulmana. Seguem-se os hindus, com apenas dois por cento e depois os cristãos, com 1,6 por cento.

É ao abrigo de uma lei herdada dos britânicos, mas reenforçada sob a ditadura do general Zia ul Aq, que os cristãos são visados.
Uma lei sobre blasfémia que condena aqueles que insultem de alguma forma o Islão e o Profeta. Uma lei que os islamitas radicais defendem a todo o custo.

Tal como os manifestantes que expressam apoio ao radical Mumtaz Qadri, executado em fevereiro por ter assassinado em 2011 o Governador Salman Taseer, para quem trabalhava enquanto guarda-costas. Taseer opunha-se à rigidez da lei das blasfémias.

Críticos desta lei, que abre portas à pena de morte em alguns casos, dizem que é muitas vezes usada para oprimir minorias religiosas.

Quanto aos talibãs, para além de atingirem quem não professa a mesma religão, visam também o governo.

Num ataque a uma escola em dezembro de 2014, com um balanço de 140 mortos, os talibãs atingem o exército paquistanês, através dos filhos dos militares, descrevendo-o como uma vingança pela ofensiva do exército no norte do Waziristão.

Na fronteira com o Afeganistão, nas zonas tribais do Waziristão, os talibãs conduzem uma guerra sangrenta contra o exército desde há dois anos.

A ofensiva militar lançada a Junho de 2014 tinha como alvos vários grupos da zona, depois do ataque ao Aeroporto Internacional de Jinnah, reivindicado pelos talibãs.

Uma ofensiva que fez parte de um conflito que ainda decorre no noroeste paquistanês e do qual se estimam mais de duas mil mortes.

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