Referendo: o balde de água fria holandês

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De  Euronews
Referendo: o balde de água fria holandês

A Holanda mostrou cartão vermelho à aproximação política e económica entre Bruxelas e Kiev. Mais de 60 por cento dos holandeses que participaram na consulta não vinculativa, desta quarta-feira, votaram contra o acordo de associação entre a União Europeia e a Ucrânia. Um balde de água fria para chefe de Governo holandês que fez campanha pelo sim e para a União Europeia.

Mark Rutte já fez saber que não vai ignorar o resultado e que a ratificação não pode avançar sem negociações.

O Parlamento holandês já ratificou o acordo. No entanto, desde 2015, os eleitores são chamados a pronunciar-se, em consultas populares, sobre questões europeias consideradas relevantes, desde que recolhidas pelo menos 300 mil assinaturas. Na petição que levou a Holanda a referendo foram reunidas 450 mil.

O acordo de associação que prevê reforçar a cooperação política, comercial e económica entre Bruxelas e Kiev foi assinado em março de 2014. Uma parceria comercial que esteve na origem de uma guerra onde foram mortas mais de 8 mil pessoas.

O executivo holandês que detém atualmente a presidência semestral rotativa da União Europeia vai ter agora de proceder a consultas que permitam avançar com as alterações necessárias ou possíveis com vista à aprovação do acordo. É preciso ter, no entanto, em conta que estas alterações têm depois de ser aprovadas pelas duas câmaras do Parlamento.

A apreensão de Bruxelas com o “não” dos holandeses contrasta com a euforia dos eurocéticos. Geert Wilders, líder do Partido da Liberdade, de extrema-direita que continua a somar pontos junto do eleitorado, fala de uma vitória do povo contra as elites de Bruxelas e de Haia.

Os movimentos eurocéticos acreditam que o referendo pode ser o início do fim da União Europeia, tal como a conhecemos.

Os holandeses que já em 2005 tinham rejeitado a chamada Constituição europeia em referendo voltam agora a por um travão nas aspirações de Bruxelas.

Em junho, também, os britânicos vão decidir decidir se querem ou não continuar a integrar o bloco dos 28.