Alemanha: Xenófobo com cadastro, Lutz Bachmann é agora julgado por "incitação ao ódio"

Alemanha: Xenófobo com cadastro, Lutz Bachmann é agora julgado por "incitação ao ódio"
De  Marco Lemos  com reuters, efe, afp

Bachmann arrisca uma pena de três meses a seis anos de prisão, por "incitação ao ódio" na sua página no Facebook, onde classificou os migrantes de "gado", "lixo" ou ainda "escória".

Já esteve preso, tem cadastro por roubo, tráfico de droga, conduzir embriagado e por não pagar a pensão alimentar dos filhos, mas é por “incitação ao ódio” que Lutz Bachmann, o cofundador do movimento xenófobo Pegida, está agora a ser julgado em Dresden, na Alemanha.

Alguns apoiantes e detratores do líder do movimento xenófobo e racista concentraram-se no exterior do tribunal onde Bachmann e correligionários chegaram sorridentes e envergando óculos escuros com a mesma forma das barras utilizadas para esconder a cara de suspeitos em casos sensíveis. Foi uma aparente tentativa de ridicularizar os meios de comunicação social alemães, que o Pegida classifica de “imprensa mentirosa”, uma expressão muito em voga durante o regime nazi.

Bachmann arrisca uma pena de três meses a seis anos de prisão, por “incitação ao ódio” na sua página no Facebook, onde classificou os migrantes de “gado”, “lixo” ou ainda “escória”. Propósitos que, segundo a acusação, instigaram vários ataques contra centros de acolhimento de refugiados.

Em 2015, o movimento Pegida chegou a congregar perto de 25 mil pessoas nas suas concentrações semanais em Dresden, mas esta segunda-feira já só compareceram cerca de 3000 simpatizantes. Uma situação que não é alheia ao facto de terem sido publicadas fotografias de Bachmann imitando Adolf Hitler, o que levou muita da base de apoio a mudar-se para o Alternativa para a Alemanha (AfD, que conquistou lugares em oito assembleias regionais nas últimas eleições locais.

O julgamento de Bachmann deverá prolongar-se até ao dia 10 de maio.

Notícias relacionadas