Alexander Hellerman foi uma das primeiras pessoas a assistir à explosão na central nuclear de Chernobyl, há 30 anos. Funcionário da instalação desde
Alexander Hellerman foi uma das primeiras pessoas a assistir à explosão na central nuclear de Chernobyl, há 30 anos.
Funcionário da instalação desde a construção do primeiro reator, em 1976 e posteriormente chefe de departamento, o agora octogenário recorda, com alguma revolta, os primeiros momentos da tragédia.
“Eu vivia numa casa próxima da central e assisti a tudo em primeira linha. Vi o brilho da explosão e corri para a zona do quarto reator. Vi como a parede se desmoronava, assim como a torre de refrigeração. Informei de imediato o responsável da central e ele informou Moscovo do que se passava”.
“Quando passei perto da central vi um brilho forte cor de rosa. O chefe da central olhou para mim e pronunciou apenas estas palavras: ‘aquilo é uma prisão”. Ainda me lembro dessas palavras”.
Despedido da central e investigado por alegada responsabilidade no teste do reator na origem do acidente, Hellerman acabaria por ser absolvido e readmitido meses mais tarde.
“Eles não deviam ter levado a cabo este teste, eu sei. Não tínhamos quaisquer indicações de como agir face a este tipo de emergência. Desde então que as centrais nucleares têm este tipo de procedimentos”.
Hoje o antigo responsável é dos poucos funcionários a ter sobrevivido aos efeitos da radiação.
Depois de ter trabalhado como “liquidador” durante mais de três anos, Hellerman afirma nunca ter sido submetido a um exame médico para avaliar o nível de radioatividade
no seu organismo.