O mar de rosas do Irão

Direitos humanos, liberdades e programa nuclear à parte, o Irão pode ser, literalmente, um mar de rosas.
Entre finais de abril e meados de maio é tempo de colher pétalas e produzir a famosa água de rosas de Qamsar – na região de Kashan – e a essência de rosa, que é cobiçada pelas maiores perfumarias francesas e não só.
O trabalho começa cedo, “às cinco da manhã e termina durante a tarde” relata um dos que apanham as preciosas pétalas. “As flores são depois pesadas e enviadas para Qamsar para produzir a água de rosas”, conclui.
Rosa: um dos orgulhos do Irão
Para o correspondente da euronews, Javadi Montazeri, estamos na presença de “uma das mais belas e aromáticas flores no mundo, que cresce numa área desértica do Irão. A alta qualidade das flores deve-se às condições naturais e ao clima da região. As pétalas têm de ser colhidas de manhã cedo” para preservar todas as suas qualidades.
Depois, é necessário destilar a água de rosas a partir das pétalas e para isso, explica um produtor, “juntamos 30 quilos de flores e 70 litros de água numa cuba de cobre”, que é selada à exceção do canal de evaporação e condensação. A mistura é “fervida perto de quatro horas e o vapor vai condensar-se noutras cubas de cobre mergulhadas em água fria produzindo cerca de 40 litros de água de rosas”.
O processo de destilação é uma atração turística e a água de rosas produzida, que tem certificação francesa, é exportada um pouco para todo o mundo, “principalmente para França e para países árabes”, explica um distribuidor, acrescentando que o “óleo, também conhecido como essência de rosa, é utilizado na medicina e na higiene. A maior parte é exportada para a produção de perfumes e cremes em França”.
Assim, desta perspetiva, o Irão é um verdadeiro mar de rosas.